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Oriente Médio

Novo projeto da ONU sobre a Síria faz concessões à Rússia

2 fev 2012 - 14h42
(atualizado às 15h44)
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Os países membros do Conselho de Segurança da ONU receberam uma nova versão do projeto de resolução sobre a Síria que faz concessões à Rússia na esperança de retirar o seu veto, informaram diplomatas nesta quinta-feira.

O Conselho de Segurança da ONU se reúne na sede da instituição, em Nova York, para discutir a crise na Síria. O encontro de líderes para tratar do conflito no país árabe começou nesta terça-feira com pressão dos países ocidentais, especialmente os EUA, para que a Rússia apoie uma iniciativa para deter a violência
O Conselho de Segurança da ONU se reúne na sede da instituição, em Nova York, para discutir a crise na Síria. O encontro de líderes para tratar do conflito no país árabe começou nesta terça-feira com pressão dos países ocidentais, especialmente os EUA, para que a Rússia apoie uma iniciativa para deter a violência
Foto: AP

No novo texto, elaborado após as negociações de quarta-feira entre os embaixadores dos 15 países-membros, não consta mais os detalhes sobre o processo de transição democrática decidido pela Liga Árabe em janeiro em seu plano para pôr fim na crise síria.

A resolução "apoia a decisão da Liga Árabe do dia 22 de janeiro". Mas os detalhes do processo de transição - principalmente quanto à transferência do poder do presidente Bashar al-Assad para seu vice-presidente - não aparecem.

As decisões da Liga "não foram explicitadas no último texto, mas entendemos claramente ao que ele se refere", disse um diplomata ocidental. "O essencial, explicou um outro diplomata, é que o Conselho de Segurança apoiou o plano da Liga Árabe" e que existe uma cláusula prevendo a manifestação do Conselho sobre a situação síria depois de três semanas da adoção de uma resolução.

A Rússia, assim como a China, insiste desde o início da negociação para que o Conselho não prejudique a transição democrática na Síria, exigindo a priori a saída do presidente Assad.

O texto também abandonou a referência que fazia sobre as sanções econômicas tomadas pela Liga Árabe contra Damasco em novembro de 2011, bem como um parágrafo onde o Conselho expressava a sua preocupação com a venda de armas à Síria.

A Rússia ainda não reagiu ao novo texto, que foi transmitido aos países para análise. "Nós não sabemos o que os russos vão dizer" hoje quando as discussões entre os embaixadores recomeçarem nesta tarde, afirmou um diplomata.

Até este momento, a Rússia se mostrou inflexível. Seu representante na ONU, Vitali Tchurkin, ameaçou com seu veto caso o Conselho vote "errôneo".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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