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Mundo

Afora combustíveis, Costa Concordia ameaça com poluentes químicos

27 jan 2012 - 16h31
(atualizado às 17h49)
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Enquanto equipes trabalham para retirar 2.300 toneladas de combustível dos tanques do navio Costa Concordia, que naufragou próximo à ilha de Giglio, na Itália, milhares de litros de produtos como detergentes e inseticidas continuam no fundo do mar e ameaçam uma das áreas mais importantes Itália. O responsável da Defesa Civil italiana, Franco Gabrielli, informou nesta sexta-feira, com base em relatório enviado pela proprietária do transatlântico, a Costa Cruzeiros, a lista dos materiais que estão na embarcação. Além de toneladas de alimentos e bebidas, o navio abriga uma série de produtos poluentes e ninguém até o momento se preocupou em retirá-los do oceano.

Embarcações de resgate trabalham próximo ao navio Costa Concordia, perto da ilha de Giglio, no sul da Itália
Embarcações de resgate trabalham próximo ao navio Costa Concordia, perto da ilha de Giglio, no sul da Itália
Foto: AP

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O Costa Concordia esconde em seu interior mais de mil metros cúbicos de águas residuais, 50 litros de inseticida, 41 metros cúbicos de óleo, 600 quilos de gordura para as máquinas, 293 litros de tintas e mil litros de desinfetantes. Além disso, a embarcação abriga 400 litros de oxigênio, 5.120 de nitrogênio, 3.920 de anidrido carbônico e milhares de litros de detergentes, entre outras substâncias. A publicação da lista, segundo Gabrielli, "confirma o compromisso da companhia Costa Cruzeiros com o meio ambiente", mas gerou temores sobre a possibilidade de que esses produtos acabem no mar.

Os ecologistas advertem que o perigo não é só o vazamento de combustível, mas também o lançamento no oceano de alguns desses produtos, como detergentes. A área onde o cruzeiro encalhou, em 13 de janeiro, é uma área de proteção ambiental, com ricos fundos de coral e que serve como passagem de baleias.

Um funcionário de uma organização ambiental italiana, Angelo Gentili, reclamou que os esforços se concentraram na extração do combustível, mas não na recuperação de produtos como azeites, óleos, detergentes, tintas, lubrificantes e o resto do lixo do navio, que "já estão saindo da embarcação e contaminando as águas". "Os mergulhadores disseram que o casco do navio emana um forte odor, e que quando saem da água, precisam se limpar com desinfetantes", acrescentou Gentili.

A Agência Regional para a Proteção Ambiental da Toscana disse que detectou contaminação na água provocada por detergentes, mas que por enquanto esse índice ainda não é preocupante. No sábado, começará a retirada do combustível do cruzeiro. O naufrágio causou a morte de pelo menos 16 pessoas, e 22 ainda seguem desaparecidas. O responsável pela Defesa Civil disse que ainda não há data prevista para a retirada da embarcação do local.

Naufrágio do Costa Concordia
O cruzeiro Costa Concordia naufragou na sexta-feira, dia 13 de janeiro, após colidir em uma rocha nas proximidades da ilha de Giglio, na costa italiana da Toscana. Mais de 4,2 mil pessoas estavam a bordo. Até terça, dia 24, 16 mortes haviam sido confirmadas. Ainda há desaparecidos, e prosseguem os trabalhos de busca. O Itamaraty informou que 57 brasileiros estavam a bordo do navio, mas nenhum deles está entre as pessoas não encontradas.

O navio, que tem 290 metros de comprimento e 114,5 mil toneladas, margeava a ilha de Giglio quando houve a colisão. Houve pânico e reclamações de despreparo da tripulação. O comandante do Costa Concordia, Francesco Schettino, foi acusado de ter abandonado o navio. Ele disse que estava no comando, mas um áudio divulgado para a imprensa, em que há uma discussão entre ele e a Guarda Costeira, indica que o capitão já estava na costa no momento do resgate.

Veja no mapa o local onde aconteceu o acidente:

EFE   
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