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Ásia

China saúda o Ano do Dragão com esperança e temor

23 jan 2012 - 00h04
(atualizado às 07h49)
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A cultura chinesa se despediu neste domingo do Ano do Coelho e começou esta segunda-feira, o Ano do Dragão, o mais esperado e temido dos 12 animais que formam seu calendário lunar, ocasião que reúne a maioria das famílias na festa mais celebrada do Oriente.

Chineses realizam performance de dança do parque Ditan, em Pequim, durante o primeiro dia do Ano do Dragão
Chineses realizam performance de dança do parque Ditan, em Pequim, durante o primeiro dia do Ano do Dragão
Foto: AP

Nos dias anteriores, os chineses seguem o costume de limpar suas casas da sujeira e dos "maus espíritos" e decorá-las com enfeites alusivos ao animal que honrarão durante o ano. O dragão é o símbolo da figura do imperador que inspira muito respeito nos chineses.

Diz-se que os nascidos sob este signo são pessoas de muita energia, coragem, entusiastas e inovadoras: famosos dragões são Beethoven, Bill Gates, Paul McCartney e o "dragão das artes marciais", Bruce Lee.

Segundo os astrólogos orientais, o ano do dragão não será tão conflituoso como 2011, e, por outro lado, será uma boa época para fazer reformas, progressos e mudanças.

Será bom para o meio ambiente, porque é composto por água e terra. É um ano recomendável para casar e ter filhos, ou para iniciar qualquer atividade nova, já que o dragão sempre traz sorte e felicidade, segundo os chineses.

No entanto, por essa mesma composição de água e terra, os adivinhos também prevêem desastres naturais, como terremotos e inundações. Alguns dos piores terremotos foram precisamente em anos do dragão, como o do Alasca de 1964 ou o que em 1976 causou a morte de 250 mil pessoas na cidade chinesa de Tangshan.

Por tudo isso, os chineses, que muitas vezes se autodenominam "herdeiros do dragão", esperam o novo ano com um misto de esperança e cautela. Como todos os anos, o feriado mais importante da China provoca o deslocamento de milhões de chineses que costumam reunir a família de 8 de janeiro a 16 de fevereiro.

A festa é rodeada de muitos rituais, especialmente na mesa, onde se recebe o ano com um jantar que costuma ser um banquete de mariscos, jiaozi (ravioli que representam os bons desejos), e yuanxiao (bolo doce de massa de arroz recheado com gergelim, nozes ou grãos, que simboliza a reunião familiar).

O dia do Ano Novo dá começo a duas semanas de festejos (a chamada Festa da Primavera), que terminarão com o Festival das Lanternas, celebração com cantos, bailes e espetáculos de lanternas que neste ano cai no dia 6 de fevereiro.

Nem todos desfrutam plenamente da festa. É o caso de muitos jovens que retornam para suas casas em outras províncias e que sofrem a pressão dos pais por não ter encontrado marido ou esposa. O casamento é um dos temas centrais das refeições festivas, e está na moda "alugar" acompanhantes para levá-los à reunião familiar.

O fenômeno já é tão popular na China que muitas páginas de internet oferecem falsos namorados para as festas. A terceira idade vai sentir os efeitos da transformação da sociedade chinesa e assim muitos idosos, que antes eram o centro das festas, vivem agora sozinhos em casa ou em asilos.

EFE   
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