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Mundo

Reação tardia agravou crise de fome na África, diz relatório

18 jan 2012 - 16h39
(atualizado às 16h58)
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Milhares de pessoas morreram pela crise de fome no Chifre da África em 2011 por causa da "resposta tardia da comunidade internacional", segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira pelas ONGs de ajuda humanitária Oxfam e Save the Children. "A falta de uma ação decisiva por parte da comunidade internacional no momento em que os sistemas de alarme vislumbraram a gravidade da situação na área deixou um desolador balanço de milhares de mortes desnecessárias e milhões de euros extras gastos", afirmaram as ONGs em comunicado.

O relatório, intitulado "Um atraso perigoso", foi publicado ao completar seis meses desde que foi declarada a grave crise alimentícia na região. Segundo o documento, "o medo ao risco trouxe como consequência a demora de seis meses na resposta em grande escala". "As agências humanitárias e os Governos nacionais - afirmam as organizações - reagiram com excessiva lentidão (...) e muitos doadores exigiram provas de que estava acontecendo uma catástrofe humanitária, antes de atuar para prevení-la".

Atualmente, acrescentam as organizações, mais de 13 milhões de pessoas estão sofrendo os efeitos da crise alimentícia na região, castigada pela pior seca - segundo a Organização das Nações Unidas - dos últimos 60 anos. Embora não seja possível calcular com exatidão o número de mortos, a Agência de Cooperação britânica estima que foram perdidas entre 50 mil e 100 mil vidas - mais da metade de crianças menores de 5 anos - entre os meses de abril e agosto de 2011, segundo o comunicado.

Oxfam e Save The Children dizem que "os sistemas de alarme previram uma emergência provável em agosto de 2010, mas a resposta em grande escala não se iniciou até julho de 2011". "Atualmente - afirmam -, a Somália continua com a crise alimentícia mais grave no mundo todo, com milhares de pessoas que ainda vivem em risco".

Com esta situação, as ONGs elaboraram a "Declaração para acabar com a fome extrema", na qual pedem aos Governos que revisem seus modelos de resposta às crises alimentícias, assim como abordem as principais causas da fome extrema. O Chifre da África se transformou em 2011 no foco de atenção do mundo ao sofrer uma das piores crises de fome de sua história, que provocou a morte de milhares de pessoas e gerou uma crise humanitária a mais de 13 milhões de pessoas.

Somália foi o país que mais sofreu com essa crise, onde cerca de metade da população, aproximadamente 3,7 milhões de pessoas, sofreram com a tragédia, acentuada pelo conflito e a falta de Governo efetivo que vive essa nação há mais de 20 anos.

EFE   
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