Onze japoneses resistem a deixar zona de exclusão em Fukushima

16 jan 2012 - 08h29

(atualizado às 09h42)

Ainda há 11 pessoas que resistem a abandonar a área de exclusão por alta radiação decretada pelo governo japonês em um raio de 20 km em torno da central de Fukushima Daiichi, informou a agência local Kyodo.

Os 11 japoneses, seis homens e cinco mulheres com entre 50 e 90 anos, permanecem em quatro municípios (Tamura, Tomioka, Naraha e Kawauchi) da área de exclusão decretada pelo governo após o início da crise nuclear no Japão no dia 11 de março.

Os outros municípios na área (Minamisoma, Futaba, Okuma, Namie e Katsurao) permanecem completamente desabitados desde que no dia 22 de abril o governo retirou 78 mil moradores da área por causa das emissões radioativas da central, que também afetaram gravemente a agricultura, a pecuária e a pesca local.

As 11 pessoas permanecem na área de exclusão por diversos motivos, como a recusa a abandonar suas casas, a necessidade de tomar conta de pessoas com problemas de saúde ou para cuidar de seus animais de estimação.

Segundo afirmou a agência Kyodo, as Prefeituras dos municípios afetados tentaram persuadir sem sucesso estes 11 moradores que permanecem isolados, perante a impossibilidade de forçá-los a abandonar suas casas.

Um dos moradores, com cerca de 50 anos, deixou em um primeiro momento sua casa em Tamura, mas retornou pouco tempo depois de o governo ter decretado a área de exclusão, para cuidar de duas pessoas em precário estado de saúde e que tem dificuldades para se movimentar.

Outro cidadão que se nega a sair do município de Tomioka, emitiu uma mensagem através do YouTube dizendo que não tem água nem eletricidade em sua casa, disse a Kyodo.

A usina nuclear de Fukushima foi seriamente danificada pelo tsunami de 11 de março, que paralisou seus sistemas de refrigeração e causou a pior crise nuclear do país nos últimos 25 anos.

No início deste ano, o governo japonês inaugurou o primeiro centro destinado à descontaminação das áreas afetadas pela alta radiação na cidade de Fukushima.Kyodo

Segundo informações do governo, primeiro serão limpas estradas e sistemas de provisão de água e eletricidade para depois realizar, em março, a descontaminação das casas e terrenos agrícolas.