PUBLICIDADE
URGENTE
Saiba como doar qualquer valor para o PIX oficial do Rio Grande do Sul

Europa

Carta colada em muro alerta sobre rochas na ilha de Giglio

15 jan 2012 - 14h15
(atualizado às 16h51)
Compartilhar

A Capitania dos Portos da ilha italiana de Giglio, na Toscana, informou que uma carta náutica colada no muro destaca a existência de rochas no local onde o navio Costa Concordia encalhou na sexta-feira antes de naufragar. "A primeira colisão aconteceu a 500 m de distância da costa, enquanto os navios passam normalmente de duas a três milhas do litoral", afirmou o prefeito de Giglio, Sergio Ortelli.

Veja como era navio que naufragou na Itália:

Conheça o cruzeiro de luxo que naufragou na Itália

O Costa Concordia naufragou na noite de sexta-feira com cerca de 4,2 mil pessoas a bordo, incluindo mil tripulantes. Cinco mortes foram confirmadas e ao menos 15 pessoas - nove passageiros e seis tripulantes - continuavam desaparecidas ao final da tarde deste domingo. Os feridos são pelo menos 40.

Para especialistas marítimos, o cruzeiro navegava fora da rota, já que normalmente os navios passam mais distante do litoral da ilha. Um oficial da marinha garantiu que "quando uma embarcação navega pela costa, o piloto automático não é usado, mas o manual. É decisão do comandante escolher a distância da navegação do litoral".

O comandante do Concordia, Francesco Schettino, 52 anos, alegou, no entanto, que o cruzeiro seguia a rota turística permitida, quando o navio se chocou "com uma rocha que não constava na carta náutica", disse à Defesa Civil no sábado. Ele foi detido acusado de homicídio culposo múltiplo, naufrágio e abandono de embarcação enquanto havia passageiros sem serem retirados.

Os mergulhadores detectaram um enorme buraco no navio e uma imensa rocha cravada no casco da embarcação, na área onde ficava a lavanderia, o alojamento da tripulação e uma loja. O navio continuou seu percurso, mas foi invadido por uma grande quantidade de água em minutos, contou o procurador de Grosseto, Francesco Velusio, que investiga o caso.

O capitão Schettino afirmou que o navio conseguiu avançar ainda cerca de 100 m quando ordenou que a embarcação navegasse em direção à ilha de Giglio, disse à Defesa Civil e aos bombeiros. A poucos metros da ilha, o cruzeiro afundou parcialmente, com a proa em direção a Giglio e inclinando-se sobre o lado direito.

De acordo com o investigador Velusio, a Capitania dos Portos não foi informada sobre a colisão e o comandante do Costa Concordia "se aproximou demais da ilha de Giglio".

Algumas fontes indicaram que, após o choque contra a formação rochosa, o comandante ordenou que continuassem navegando até entrar água no Concordia, e que depois inverteu a rota em direção ao porto de Giglio. A tripulação provavelmente imaginou, inicialmente, que poderia fazer a retirada dos passageiros, mas quando percebeu que não seria possível, o comandante teria ordenado mudar de rota e se dirigir para a ilha, especularam os especialistas marítimos.

Para as equipes de resgate, a tentativa de se aproximar da terra firme impediu que o incidente tivesse consequências ainda mais trágicas e que o Concordia afundasse. Os rumores e opiniões são muitos, mas a solução do mistério está na caixa-preta, que dirá se o GPS funcionava, se a tripulação estava em seus postos, se houve negligência ou, como disse a Procuradoria, se houve "erro de manobra".

Outro ponto ainda não esclarecido é se o capitão estava no comando como alegou ou jantando, como contaram testemunhas, e por que abandonou o Concordia às 20h30 (horário de Brasília) enquanto os últimos passageiros a serem retirados tiveram de esperar até as 3h da madrugada.

Veja no mapa o local onde aconteceu o acidente:

EFE   
Compartilhar
Publicidade