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Mundo

Extrema-direita da Hungria exige saída da União Europeia

14 jan 2012 - 17h35
(atualizado às 18h52)
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Milhares marcharam contra a União Europeia em um protesto do partido de extrema-direita Jobbik, pedindo a saída da Hungria do bloco e pressionando o governo a procurar um acordo de financiamento com a UE e o FMI para evitar a insolvência. Dois deputados do Jobbik, o segundo maior partido de oposição no parlamento húngaro, queimaram uma bandeira da União Europeia no protesto em frente aos escritórios da Comissão Europeia em Budapeste.

Elod Novak, membro do partido de extrema-direita Jobbik, põe fogo em uma bandeira da União Europeia
Elod Novak, membro do partido de extrema-direita Jobbik, põe fogo em uma bandeira da União Europeia
Foto: Bernadett Szabo / Reuters

"Esta semana a União Europeia declarou guerra à Hungria de maneira muito dura e aberta," disse Csanad Szegedi, um dos membros do Jobbik no Parlamento Europeu a cerca de 2 mil manifestantes. Após as conversas com os credores descarrilarem no último mês, uma série de leis contestadas, e a desvalorização da moeda forçaram o governo conservador do primeiro-ministro Viktor Orban a recuar e procurar um rápido acordo. Orban agora está relutante em tentar fazer as pazes com os credores para garantir um acordo para refinanciar as dívidas da Hungria num momento em que a economia caminha para uma recessão.

A União Europeia pressionou o governo a mudar uma controversa legislação no Banco Central e Judiciário, e até levantou a possibilidade de suspender os fundos da instituição se Orban não fizer cortes no déficit orçamentário. Orban também ficou sob pressão dos Estados Unidos, que expressaram preocupação com as liberdades democráticas, após o seu partido Fidesz impor medidas que os críticos dizem enfraquecer tanto as instituições públicas quanto a Alta Corte.

Vários membros do partido nacionalista Jobbik acreditam que o governo não deveria ceder à pressão internacional. "Desde que entramos na União Europeia nós não vemos nenhuma vantagem, a Hungria deveria seguir à sua maneira e manter sua soberania nacional," Attila Gyalog, 24 anos, disse no protesto. "Não apenas nós, mas muitos outros países acreditam agora que pode ser melhor fora da União Europeia," disse Gyorgy Lillik, 63 anos.

A Hungria terá que mudar o curso de forma significativa para a Comissão dar sinal verde para a retomada das negociações. A UE espera anunciar seu veredito sobre algumas leis fundamentais da Hungria na próxima semana quando finalizar a análise. O ministro das relações exteriores Janos Martonyi disse ao diário Nepszabadsag neste sábado que o governo vai examinar as preocupações da UE e fará o seu melhor para resolver as questões em litígio com um acordo.

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