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Ásia

Exército alerta sobre "consequências" após críticas de Islamabad

11 jan 2012 - 12h33
(atualizado às 12h43)
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O Exército do Paquistão alertou nesta quarta-feira para as "consequências graves" que as declarações do primeiro-ministro, Yousuf Raza Gilani, que criticou militares e os serviços secretos paquistaneses, podem provocar no país.

Em comunicado, as Forças Armadas afirmaram que "não existe uma acusação mais grave" do que a feita por Gilani.

Em uma entrevista à imprensa chinesa, o primeiro-ministro tachou de "ilegais" os documentos enviados ao Tribunal Supremo pelos chefes do Exército, Ashfaq Parvez Kayani, e do ISI (serviço secreto paquistanês), Ahmed Shuja Pasha, que apontam para um conflito entre o poder civil e o militar.

Gilani considerou que esses papéis só deveriam ter chegado ao Supremo com a autorização do governo, que supervisiona todos os órgãos do Estado.

O tribunal solicitou uma resposta por escrito aos envolvidos no chamado "memogate", um escândalo que relaciona o governo e o Exército a um suposto pedido do poder civil aos Estados Unidos para intervir no país caso houvesse uma tentativa de golpe militar em Islamabad.

A solicitação aconteceu depois que a morte de Osama bin Laden, em maio em uma operação dos EUA no norte da capital paquistanesa, sacudiu o Paquistão.

O escândalo já custou o cargo a Husain Haqqani, ex-embaixador em Washington e suposto emissário da mensagem, mas o caso permanece no Supremo, que continua com a investigação.

Em suas respostas, os generais paquistaneses confirmaram a existência do documento, o que foi negado pelo governo.

No comunicado desta quarta-feira, o Exército afirmou que a Procuradoria estava encarregada dos textos que seriam enviados ao Supremo e indicou sua "responsabilidade" de responder ao pedido da corte.

O Partido Popular (PPP), do presidente Asif Ali Zardari, não está sob pressão apenas por esse caso, mas também por uma sentença emitida na terça-feira pelo alto tribunal.

O Supremo pediu a execução de uma sentença de 2009 que poderia afetar muitos funcionários eleitos e que deve reabrir os casos de corrupção fechados por um acordo com o regime anterior do ex-presidente Pervez Musharraf.

A instabilidade política provocada pelo conflito entre o poder político e militar levou analistas locais e diplomatas estrangeiros a preverem uma possível antecipação das eleições gerais marcadas para o início de 2013.

EFE   
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