PUBLICIDADE

Oriente Médio

Ascensão do islamismo fortalecerá Hamas, afirma liderança

9 jan 2012 - 17h38
(atualizado às 18h02)
Compartilhar

A iminente ascensão do islamismo político no mundo árabe fortalecerá o movimento palestino Hamas, que não abrirá mão do confronto armado com Israel, disse o alto dirigente do grupo Mahmoud al Zahar nesta segunda-feira. Falando no seu gabinete, na Faixa de Gaza, Zahar disse que o presidente palestino, Mahmoud Abbas, que tem apoio do Ocidente, vai sair derrotado se apostar suas fichas nas negociações com Israel, em vez de reconciliar sua facção, Fatah, com o Hamas.

A Fatah e o Hamas são inimigos desde 2007, quando as forças do Hamas expulsaram os soldados da Fatah da Faixa de Gaza e assumiram o controle do território palestino litorâneo, que desde então está sob bloqueio israelense. "Os fatores variáveis ao redor estão ao nosso favor... não estão a favor nem do projeto da Fatah nem do daqueles com o qual ele coopera, incluindo o inimigo israelense", disse Al Zahar, observado por seus guarda-costas.

"Tudo agora depende da política da Fatah", disse Zahar. "Se a Fatah quiser que o acordo (de unidade nacional palestina) seja alcançado, estaremos prontos. Se não quiser, aí vamos ficar sentados aqui, e o futuro é nosso." Zahar disse que o Hamas não está preparado, sob quaisquer circunstâncias, a abrir mão da luta contra Israel. Ele negou que o líder máximo do grupo, Khaled Meshaal, radicado em Damasco, tenha dado aval ao conceito de "resistência popular" não-violenta contra Israel, proposto por Abbas.

"A resistência popular inclui tanto a pauta da Fatah, que fala apenas de protestos, quanto a posição do Hamas, que propõe reunir todos os meios de armamento militar em nome da autodefesa", disse Zahar. Ele previu que uma onda islâmica varrerá a política no mundo árabe, e que isso fortalecerá a causa palestina.

"O que está vindo no Egito, na Tunísia, na Líbia e atualmente no Sudão ampara a causa palestina, não como no passado, (em que governos árabes eram) apoiadores estratégicos da ocupação israelense", afirmou. "O que está vindo é mil vezes melhor que o passado. Portanto, temos de investir nesses feitos das ruas árabes em nome de alcançar as metas fundamentais do povo palestino, a libertação da terra e o regresso (dos refugiados palestinos ao atual território de Israel)", acrescentou Zahar.

Desde 1979, quando assinou um tratado de paz com Israel, o Egito é um dos mais confiáveis parceiros árabes do Estado judeu no Oriente Médio. Mas a derrubada do presidente Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011, como parte da chamada Primavera Árabe, gerou incertezas sobre a atitude futura do Egito com relação a Israel.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade