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América Latina

Notícia de que Kirchner não tem câncer surpreende argentinos

7 jan 2012 - 15h38
(atualizado às 16h25)
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Nos últimos dez dias, os argentinos viveram dois momentos diferentes de comoção. O primeiro, no fim de dezembro, com a notícia de que a presidente Cristina Kirchner teria câncer na glândula tireoide. Agora, neste sábado, com a informação, também oficial, de que ela não sofre da doença, a despeito do diagnóstico oficial.

A notícia foi dada neste sábado por seu porta-voz, Alfredo Scoccimarro, diante das câmeras de televisão do país, e provocou gritos e aplausos de seus seguidores concentrados na entrada do hospital Austral, na cidade de Pilar, onde Cristina foi operada na quarta-feira.

Segundo Scoccimaro, a operação para a retirada da glândula da tireoide foi bem-sucedida, mas exames posteriores detectaram que o órgão não contém células cancerígenas. "O diagnóstico original foi modificado. (Exames) constataram a presença de nódulos em ambos os lóbulos da glândula tireoide, mas a presença de células cancerígenas foi descartada", disse o porta-voz.

A presidente já recebeu alta hospitalar e foi levada de helicóptero à residência presidencial de Olivos.

"Realmente é uma surpresa e que devemos comemorar", disseram apresentadores das emissoras TN e C5N, de Buenos Aires. Em seus sites, os jornais Perfil, Clarín e La Nación, críticos ao governo, destacaram a informação em suas manchetes. "Cristina teve alta após diagnóstico que não poderia ter sido melhor", publicou o Perfil.

O fato de que Cristina teria câncer era considerado, até então, tão consumado que a revista semanal Noticias, nas bancas desde sexta à noite, véspera do mais recente boletim médico, destacou na primeira página: "A luta da presidente contra o câncer".

Suficiente

Segundo o boletim médico, os exames indicaram que a cirurgia realizada foi "suficiente" para a retirada dos nódulos de Cristina, não sendo necessária "a administração de iodo radioativo".

Nos últimos dias, a saúde da presidente tinha provocado uma série de especulações na imprensa local. O La Nación enfatizou, em editorial, a importância das instituições num momento delicado da saúde da presidente. Analistas escreveram que a presença do câncer poderia levá-la a reduzir o ritmo de trabalho.

Nos últimos três dias, seguidores da presidente acamparam na entrada do hospital e muitos levaram flores, bandeiras e cartazes com o nome de Cristina e de seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, morto em outubro de 2010.

Durante a internação, a presidente foi acompanhada pelos filhos, Maximo e Florencia, além de sua mãe e de sua irmã. Na mídia local, neste período, foi destacado ainda o "papel crescente" de Maximo - que preside um grupo da juventude peronista que presta apoio ao kirchnerismo - como assessor direto da presidente.

"Maximo foi quem definiu todos os detalhes antes e durante a internação e também esteve em contato com assessores da presidente", afirmou Edgardo Alfano, comentarista de política da TN.

A expectativa é de que Cristina retorne ao trabalho em 25 de janeiro. Até lá, o vice-presidente e ex-ministro da Economia, Amado Boudou, ocupará interinamente a cadeira presidencial.

Helicóptero transporta a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, após ela receber alta do Hospital Austral, na localidade de Pilar, neste sábado
Helicóptero transporta a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, após ela receber alta do Hospital Austral, na localidade de Pilar, neste sábado
Foto: EFE
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