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América Latina

Após diagnóstico de câncer, Cristina Kirchner exibe bom humor

28 dez 2011 - 15h35
(atualizado às 16h00)
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A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, exibiu nesta quarta-feira um semblante saudável e não perdeu o bom humor em sua primeira aparição pública após o anúncio que na próxima semana será operada para extirpar um tumor na tireóide. Ao participar na Casa Rosada da assinatura de um acordo para refinanciar dívidas públicas com 17 governadores provinciais, a chefe do Estado agradeceu o apoio que recebeu de seus colegas da região e as demonstrações de afeto de "todos os argentinos", e até brincou com o vice-presidente Amado Boudou.

Cristina Kirchner aparentou bom humor em primeira aparição após o diagnóstico da doença
Cristina Kirchner aparentou bom humor em primeira aparição após o diagnóstico da doença
Foto: AFP

"Quero dizer que o primeiro que me ligou foi Hugo Chávez", destacou Cristina antes de afirmar, sorridente, que disputará a "presidência honorária" do "congresso de líderes recuperados" do câncer, uma ideia que o governante venezuelano, que sofreu com a mesma doença, lançou recentemente. Também agradeceu especialmente a solidariedade recebida de Cecilia Morel, esposa do presidente do Chile, Sebastián Piñera, e da presidente Dilma Rousseff, além dos líderes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e do Paraguai, Fernando Lugo.

Cristina, 58 anos, também brincou com o vice-presidente Boudou, que exercerá a presidência durante sua convalescença, ao anunciar que terá que tirar férias "em outro momento". "Cuidado com o que você faz!", disse, olhando Boudou nos olhos, e antes de ressaltar a importância de um presidente e seu vice pensarem "da mesma maneira", em clara alusão a seu ex-companheiro de Governo, Julio Cobos, com quem esteve em conflito na maior parte de sua primeira gestão (2007-2011).

Cristina Kirchner, que foi bastante aplaudida durante o ato, pediu aos governantes que "sigam trabalhando pelo país" e até se permitiu fazer advertências a empresários e sindicatos. "Espero vê-los muito em breve. Seguirei trabalhando com todo meu comprometimento", salientou ao concluir o ato na sede do governo.

O prefeito de Buenos Aires, o conservador Mauricio Macri, se disse "comovido" pela notícia, mas destacou que a saúde da presidente tem uma "perspectiva positiva". "Esperemos que tudo saia bem. Desejo uma rápida recuperação para que em breve a tenhamos trabalhando conosco", declarou em um breve contato com os jornalistas.

O governador da província de Buenos Aires, o peronista Daniel Scioli, ressaltou a "coragem" da chefe de Estado para enfrentar esta situação e pediu através do Twitter que "os argentinos" colaborem "mais do que nunca" durante sua convalescença. A notícia da doença de Cristina foi divulgada ontem por seu porta-voz, Alfredo Scoccimarro, que garantiu que o tumor está restrito à tireóide e não há "metástases", ou seja que não se estendeu para outros órgãos.

A operação para extirpá-lo deve durar aproximadamente "duas ou três horas" e é relativamente simples, esclareceu o presidente da Sociedade Latino-Americana de Tireóide, Marcos Abalovich. O "carcinoma papilar" de tireóide detectado na presidente argentina é uma doença "pouco comum" nas mulheres, mas "também não é rara", explicaram outros especialistas que também insistiram que a chefe de Estado poderá recuperar-se plenamente e levar uma vida normal.

A governante será operada na próxima quarta-feira no hospital Austral, um centro particular da cidade de Pilar, a 60 quilômetros ao norte de Buenos Aires, pelo médico Pedro Saco, um dos melhores especialistas argentinos neste tipo de câncer. O diretor do Instituto de Oncologia Pedro Roffo de Buenos Aires, Ricardo Kirchuk, frisou que os índices de recuperação são altos neste tipo de câncer, que é "absolutamente manejável" pela medicina.

Após a operação, Cristina permanecerá hospitalizada "provavelmente 72 horas" e depois tirará uma licença até o dia 24 de janeiro, antecipou seu porta-voz.

EFE   
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