Revista Time escolhe "O Manifestante" como personalidade de 2011
14 dez2011 - 11h20
(atualizado às 11h30)
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A revista americana Time revelou nesta quarta-feira a capa de sua tradicional edição da personalidade do ano. A escolha deste ano premiou "O Manifestante".
A escolha conceitual faz alusão aos inúmeros protestos ao redor do mundo em 2011, iniciados com o movimento da Primavera Árabe que pedia reformas no mundo muçulmano, mas também espalhados pelo Ocidente em questões econômicas, representados especialmente pelos manifestantes gregos e pelo movimento Occupy Wall Street.
Em sua edição eletrônica, a Time elencou frases marcantes de manifestantes-chave.
"Como eles dizem na América, o poder do povo vai mudar tudo", disse Ahmed Harara, um dentista do Cairo que perdeu a visão em ambos os olhos após ser alvejado por uma bala de borracha disparada por forças de segurança egípcias durante um protesto na Praça Tahrir.
"Mohammed sofreu muito. Ele trabalhou duro. Mas quando ele ateou fogo a si mesmo, não foi porque confiscaram suas finanças, foi pela sua dignidade", disse Mannoubia Bouazizi, a mãe de Mohammed Bouazizi, manifestante que virou símbolo da revolta popular na Tunísia após atear fogo ao próprio corpo em protesto contra o regime do então presidente Bem Ali.
"Caminhar através daquela intersecção algemado foi o dia em que senti mais orgulho na minha vida", disse o capitão Rey Lewis, um oficial aposentado da polícia da Filadélfia preso durante protesto do movimento Occupy Wall Street.
"Eu fiz apenas o que meu coração mandou. A repercussão nacional foi uma grande surpresa para mim", disse o poeta mexicano Javier Sicilia, que organizou um movimento contra o crime e a corrupção no México após o seu filho ser assassinado por traficantes de drogas.
Esta não foi a primeira vez que a Time fez uma escolha conceitual para a sua edição de personalidade do ano. A revista elegeu o Combatente Americano em 1950 e a Classe Média do país em 1969. A Time faz esta escolha desde 1927, quando o aviador Charles Lindbergh foi o selecionado. No ano passado, Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, estampou a tradicional capa da revista.
Clérigo muçulmano coordena os protestos em novembro, nas manifestações pré-eleições no Egito: da queda de Hosni Mubarak à pressão constante contra a Junta Militar, a Praça Tahrir virou símbolo da Primavera Árabe
Foto: AFP
Noivo e noiva participam dos protestos em meio ao próprio casamento: Tahrir e os protestos mobilizaram Egito durante 18 dias
Foto: AFP
Muçulmano reza ao lado de carro queimado os arredores da Praça Tahrir
Foto: AFP
Manifestante egípcio agita a bandeira nos céus de Tahrir
Foto: AFP
População acompanha pronunciamento de Mubarak televisionado na Praça: renúncia veio no dia 11 de fevereiro, após 18 dias de protestos
Foto: AFP
Tahrir foi palco de protestos e confrontos entre críticos e simpatizantes do governo de Mubarak
Foto: AFP
Egípcios fazem corrente humana em frente a tanques estacionados em Tahrir: desafio à repressão militar
Foto: AFP
Simpatizante de Mubarak beija imagem do líder na Praça Tahrir
Foto: AFP
Rebeldes (acima) e leais (abaixo) a Mubarak duelam na Praça Tahrir: repressão, confronto, protesto e vitória dos desafiadores do presidente
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Manifestante ferido recebe atendimento em Tahrir: praça tornou-se centro de operações dos insatisfeitos com a era Mubarak
Foto: AFP
Tahrir também foi palco da recusa de partes do Exército de atacar os manifestantes: na foto, rebeldes usam tanque como suporte dos protestos
Foto: AFP
Manifestante anti-Mubarak olha para os céus em meio a conflitos em Tahrir
Foto: AFP
Egípcios feridos descansam em acampamento improvisado nos arredores de Tahrir
Foto: AFP
Jovem egípcio faz o símbolo da vitória em meio aos protestos pela queda de Hosni Mubarak
Foto: AFP
Multidão mantém aglomeração em Tahrir durante a madrugada: dias e noites de protestos ininterruptos
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Egípcios aglomeram-se em Tahrir no "Dia da Partida", 4 de feveiro, uma semana antes da renúncia de Mubarak
Foto: AFP
Egípcio reza ao pé de tanque na Praça Tahrir
Foto: AFP
Tahrir tornou-se acampamento permanente dos manifestantes contrários a Mubarak
Foto: AFP
Cristãos coptas, o principal grupo religioso egípcio após os muçulmanos, também tomaram parte nos protestos
Foto: AFP
Manifestantes descansam em cadeiras e guardam a entrada da Praça Tahrir
Foto: AFP
Manifestantes observam cerca de arame farpado montada em Tahrir
Foto: AFP
Jovem egípcia segura bandeira nacional, dias antes da queda de Mubarak, na Praça Tahrir
Foto: AFP
Tahrir vira acampamento permanente dos críticos de Mubarak
Foto: AFP
Massa de muçulmanos ora em Tahrir em 4 de fevereiro, uma semana antes da queda de Mubarak
Foto: AFP
"Vá embora", escrevem os manifestantes no solo de Tahrir: "A nação quer derrubar este regime"