Anistia condena decapitação de mulher saudita por bruxaria
A entidade de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional descreveu como "profundamente chocante" a decapitação de uma mulher condenada na Arábia Saudita por "feitiçaria e bruxaria", dizendo que isso evidenciava a necessidade urgente de pôr fim às execuções no reino.
A saudita Amina bint Abdul Halim bin Salem Nasser foi executada na segunda-feira na província de al-Jawf, no norte da Arábia Saudita, depois de ser julgada e condenada por prática de feitiçaria, disse o Ministério do Interior, sem dar detalhes sobre as acusações.
"A cidadã... praticou atos de bruxaria e feitiçaria", disse o Ministério do Interior, segundo o jornal saudita al-Watan. "A sentença de morte foi cumprida ontem (segunda-feira) no distrito de Qurayyat, na região de al-Jawf.
A Arábia Saudita, uma monarquia absolutista, não tem um código escrito e a Justiça se baseia numa forma não redigida da lei islâmica da Sharia, interpretada pelos juízes do país.
"Embora não saibamos dos detalhes dos atos que Amina foi acusada de cometer, a acusação de feitiçaria é usada com frequência na Arábia Saudita para punir pessoas, geralmente depois de julgamentos injustos, por exercerem seu direito de liberdade de expressão ou religião", disse o diretor interino do programa da Anistia para o Oriente Médio e norte da África, Philip Luther.
A Anistia disse que a execução foi a segunda do tipo nos últimos meses.
(Por Isabel Coles)