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Mundo

Volta de Noriega ao Panamá foi "show" e "piada", dizem jornais

12 dez 2011 - 15h39
(atualizado às 16h22)
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O retorno do ex-ditador Manuel Antonio Noriega ao Panamá, depois de 22 anos preso nos Estados Unidos e na França, foi um "show" e uma "piada pública", segundo a imprensa panamenha, que pede justiça para as vítimas de seu regime.

"A chegada de Noriega, uma piada pública", dizia a manchete sobre um fundo negro no jornal La Prensa, com a foto de Noriega na prisão para o qual foi enviado domingo, depois de ser extraditado da França. A transferência do aeroporto à prisão El Renacer implicou uma "manobra de diversão", com a chegada de dois veículos, com alguns minutos de diferença, de cada um dos quais desceu uma pessoa com o rosto coberto, o que causou dúvidas e aborreceu a imprensa.

"O uso de um chamariz deixou dúvidas sobre se realmente o ditador tinha sido levado para a prisão, o que desencadeou protestos e suspeitas", acrescentou o La Prensa, para o qual Noriega "deve pagar suas penas inteiras", como um "castigo exemplar". "Show Man", mostrava a primeira página do jornal El Siglo, que acrescenta que a operação de segurança do governo "foi transformado em um tremendo show, criticado pelos meios de comunicação locais e internacionais".

"Se com o grande engano de que Noriega entrava em cadeira de rodas em uma cela, o governo tinha algum propósito, é indubitável que o plano não vai pelo caminho esperado", criticou La Estrella de Panamá no seu editorial. "O que se ganhou com isso foi gerar dúvidas das verdadeiras intenções que o governo tem e os acordos atrás dos bastidores que manteria com o ex-general. E como se pode faltar com respeito aos panamenhos", acrescentou La Estrella.

"Preso", destacou o Panamá América. "A forma é importante, mas o que há por trás é muito mais. Depois de uma chegada agitada, Manuel Antonio Noriega foi transferido a uma prisão panamenha onde deverá cumprir o castigo imposto pela justiça, visto que muita gente, especialmente os familiares das vítimas da ditadura, espera respostas". "Junto a Noriega atuaram outros militares e membros da sociedade civil, essas pessoas também devem mostrar a cara e enfrentar a justiça", exigiu o jornal.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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