ONG desaconselha viagem de mulheres jornalistas ao Egito
25 nov2011 - 07h57
(atualizado às 08h15)
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A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) recomendou nesta sexta-feira aos meios de comunicação internacionais que não enviem mulheres jornalistas ao Egito, depois de uma série de agressões sexuais.
Na quinta-feira, uma jornalista egípcio-americana acusou a polícia do Egito de tê-la agredido sexualmente durante horas. Uma repórter francesa também denunciou agressões sexuais durante uma manifestação no Cairo.
"Esta é pelo menos a terceira vez que uma repórter é agredida sexualmente desde o início da revolução egípcia. As redações devem levar isto em consideração e deixar momentaneamente de enviar mulheres jornalistas ao Egito", afirma a RSF em um comunicado. "Lamentavelmente, diante da violência destas agressões não existe outra solução", completa a organização.
"Além de me golpearem, aqueles cachorros (referindo-se à polícia antidistúrbios) me submeteram às piores agressões sexuais", escreveu a egípcia Mona al-Tahawy no Twitter. Ela disse ter sido liberada na quinta-feira após 12 horas.
Já a jornalista francesa Caroline Sinz disse à AFP ter sido "agredida por uma multidão de homens" que lhe arrancaram a roupa na praça Tahrir, onde ela estava junto de um câmera. "Algumas pessoas tentaram me ajudar, mas não conseguiram. Eu estava sendo linchada. Durou cerca de três quartos de hora", disse, até que algumas pessoas presentes conseguiram ajudá-la e ela voltou a seu hotel no Cairo.
O ator e diretor americano Sean Penn (esq.) cumprimenta manifestantes na Praça Tahrir, no Cairo. Penn se juntou nesta sexta-feira à multidão que protestava contra a lei de emergência imposta pela junta militar que assumiu o país após a queda do presidente Hosni Mubarak
Foto: Reuters
Sean Penn segura uma bandeira egípcia se unir ao protesto na Praça Tahrir, o símbolo da revolução egípcia, que derrubou Mubarak em janeiro
Foto: Reuters
Sean Penn e o ator egípcio Jaled El Nabawy (esq.) cumprimentam manifestantes durante a manifestação
Foto: EFE
Os manifestantes denunciaram, em particular, a recente ampliação do setor de aplicação da lei sobre o estado de emergência, pilar do sistema repressivo na época de Mubarak
Foto: EFE
Milhares de manifestantes voltaram nesta sexta-feira à Praça Tahrir, no Cairo, para acusar o exército de dirigir o país sem transparência e de perpetuar o dispositivo repressor do passado
Foto: EFE
Mais de nove meses após a queda do presidente Hosni Mubarak, no dia 11 de fevereiro, os manifestantes regressaram a esta praça, símbolo da revolta do início do ano e que se tornou o principal ponto de protestos políticos
Foto: EFE
Penn aderiu a manifestação contrária à junta militar egípcia