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Ásia

Analistas: China diminui pressão sobre Irã e Coreia do Norte

16 nov 2011 - 15h43
(atualizado às 16h14)
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A China minou os esforços internacionais para forçar Irã e Coreia do Norte a suspender seus programas nucleares, acusou nesta quarta-feira um painel de especialistas dos Estados Unidos em um relatório anual para o Congresso americano. A Comissão de Revisão para Segurança e Economia EUA-China também alertou que Pequim buscará destruir ou controlar os ativos espaciais dos EUA e tentar hackear computadores militares em qualquer conflito com Washington, que é "tecnologicamente superior".

O relatório de 400 páginas foi divulgado em um momento de grande descontentamento no Congresso americano com práticas comerciais supostamente injustas, com sua influência global em expansão e com seus laços econômicos com a Coreia do Norte e o Irã, duas nações que Washington quer isolar. "O apoio chinês à Coreia do Norte e ao Irã demonstra a boa vontade da China em colocar seus interesses nacionais à frente da estabilidade regional, ao oferecer apoio econômico e diplomático a países que sabotam a segurança internacional", diz o relatório.

Pequim "protege" Pyongyang da pressão diplomática, negocia e investe no misterioso regime, dando uma "bote salva-vidas econômico, frente ao crescente ostracismo internacional", de acordo com o relatório. "O contínuo apoio de Pequim a Pyongyang é conduzido, sobretudo, pelo medo de um colapso do regime da Coreia do Norte e das consequências que isso teria para os interesses econômicos, sociais e de segurança da China, bem como pelo temor de perder um estado protegido em suas fronteiras".

A China é um "grande investidor" no setor de energia do Irã e um "importante fornecedor" de produtos de petróleo refinado, enquanto abastece Teerã "com armas convencionais avançadas, como mísseis de cruzeiro", tudo em potencial violação à lei dos EUA. A comissão destacou 10 de suas 43 recomendações para legisladores, como especialmente importantes, incluindo investigar se empresas chinesas que fazem negócios com o Irã desafiam sanções americanas.

A comissão também pediu ao Congresso para analisar a habilidade do Pentágono de operar "em um ambiente deteriorado de comando, controle, comunicações, computadores, inteligência e reconhecimento por um longo período". Os legisladores também devem testar a firmeza do Pentágono em lidar com "a destruição, negação, degradação ou manipulação de ativos espaciais dos EUA" e o impacto sobre a comunicação, navegação, inteligência e outras funções.

"A China identificou a confiança do Exército dos EUA nos sistemas de informação como uma vulnerabilidade significativa e busca usar as capacidades cibernéticas chinesas para atingir objetivos estratégicos e a significativa deterioração da habilidade das forças dos EUA para operar". A comissão solicitou que os legisladores pressionem o presidente americano, Barack Obama, para "usar todos os recursos necessários" permitidos pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) para "conter as anti-competitivas e deformadoras" políticas da China.

Com o desemprego nos EUA, obstinadamente em torno de 9%, legisladores acusaram a China de manter sua moeda - e assim suas exportações - artificialmente barata, enquanto tolera o roubo desenfreado da propriedade intelectual dos EUA e promover empresas locais na outorga de contratos do governo". A comissão também pediu aos Estados Unidos para vender caças ultra-modernos a Taiwan e uma revisão completa das políticas americanas em relação à China, a ser liderada pelo conselho de segurança nacional de Obama.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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