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Oriente Médio

Jovem publica fotos nua em protesto contra tabu no Egito

14 nov 2011 - 21h58
(atualizado às 22h34)
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As imagens da jovem egípcia Aliaa Elmahdy posando nua para a câmera correram pelas redes sociais e motivaram o debate sobre a liberdade de expressão na conservadora sociedade egípcia. Vestindo apenas meias e sapatilhas, a moça exibe sua nudez em uma série de fotografias publicadas em seu blog, que considera ser "um grito contra a sociedade da violência, do racismo, do sexismo, do assédio sexual e da hipocrisia".

"Tirem suas roupas e se olhem no espelho, queimem os corpos que desdenham e desprendam-se de seus complexos sexuais para sempre, antes de me lançar acusações racistas ou me negar a liberdade de expressão", escreve Aliaa no único post de seu blog. Nesse texto, que já recebeu mais de 30 mil visitas, a jovem também publica várias fotos de nus femininos e masculinos.

O debate gerou comentários de internautas do mundo todo, que elogiaram a coragem da iniciativa de Aliaa. Contudo, o protesto foi muito criticado no Egito, onde a nudez ainda é um forte tabu e a maioria de mulheres se cobrem com o véu islâmico ou com o niqab, que cobre todo o corpo, exceto os olhos.

Além disso, as fotos em nada agradaram aos partidos liberais, já que os blogueiros egípcios temem que os radicais islâmicos se utilizem das fotos para atacar os partidos durante a campanha eleitoral para o Parlamento em novembro. "Os liberais egípcios serão vistos agora como se estivessem a favor do nudismo, e isso pode realmente estragar sua campanha eleitoral", escreveu no Twitter a blogueira feminista Ruwayda Mustafah.

Aos temores dos liberais se soma o fato de que Aliaa se declara ateia em um país fortemente religioso, onde os insultos ao islã são castigados por lei. "Ignorância, injustiça, superstições e ausência de civilização equivalem ao islã", disse a jovem ativista em sua conta no microblog.

O atual namorado de Aliaa, conhecido pelo pseudônimo de Karim Amre, foi condenado a quatro anos de prisão em 2007 por criticar o islã, ainda sob o regime de Hosni Mubarak - transformando-se no primeiro blogueiro egípcio condenado à prisão. Depois da Revolução do 25 de Janeiro e da queda do presidente Mubarak, vários blogueiros e ativistas egípcios também foram condenados por criticar a religião islâmica.

EFE   
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