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Europa

Crise e desemprego marcam debate presidencial espanhol

7 nov 2011 - 22h48
(atualizado às 23h09)
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A crise e sua grave consequência de quase cinco milhões de desempregados na Espanha foram os principais pontos do único debate entre os dois principais candidatos à presidência de governo do pais ibérico nas eleições gerais do próximo dia 20, o socialista Alfredo Pérez Rubalcaba e o conservador Mariano Rajoy. Transmitido ao vivo para toda a Espanha por 20 emissoras de televisão, o debate teve momentos de tensão, mas não foi marcado por novidades nas propostas.

Os dois candidatos, vestidos de maneira muito similar - ambos com terno escuro e gravata azul, trocaram acusações, mas concordaram em suas análises sobre os problemas que afligem o país, principalmente o desemprego e a estagnação econômica. Após afirmar que a situação do pais é "insustentável", Rajoy, candidato do Partido Popular (PP), de oposição, e apontado pelas pesquisas como provável vencedor por ampla maioria, disse que tal cenário se deve "ao fato de que há 5 milhões de desempregados, dívidas acumuladas e sobretudo porque o governo não é capaz" de corrigir a crise.

Por isso, anunciou que sua proposta é estabelecer uma política que "permita primeiro deter a queda da economia", criar empregos e assegurar as aposentadorias, a saúde e a educação. O candidato do governante Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Alfredo Pérez Rubalcaba, resumiu sua proposta econômica em três pontos: buscar um grande acordo para gerar empregos, que definiu como "uma grande causa nacional", reorientar a economia "com um equilíbrio entre o controle dos gastos públicos e a criação de empregos" e garantir a seguridade social dos espanhóis.

Para isso, defendeu a criação de um imposto aos mais ricos e um pedido à União Europeia para que atrase em dois anos - até 2015 - os planos de ajuste fiscal exigidos aos países para reduzir o déficit. Com isso, tentaria evitar que os ajustes freiem o crescimento econômico. Rubalcaba afirmou que, se ganhar as eleições, no período 2012-2013 o Estado pagará a Seguridade Social às empresas com menos de 50 funcionários e que criarem novos postos de trabalho, o que seria financiado com o novo imposto às grandes fortunas.

O candidato socialista pressionou Rajoy para que explicasse seus planos econômicos e de reforma laboral após afirmar que seu adversário, "se contasse o que tem na cabeça, nem seus próprios eleitores lhe dariam o voto". O candidato conservador insistiu que considera que a "Espanha precisa de outra política econômica", diferente da realizada nos últimos anos pelo governo socialista, e acusou Rubalcaba de buscar "desculpas" na crise grega e nos Estados Unidos para explicar a situação da Espanha.

Rajoy criticou seu rival por ter feito parte de um governo com o qual a Espanha chegou quase a 5 milhões de desempregados - mais de 21% da população ativa, 45% entre menores de 25 anos - e por preconizar agora soluções que não aplicou enquanto esteve no Executivo. O candidato do PP garantiu que não rebaixará as prestações por desemprego nem congelará as aposentadorias.

"As aposentadorias são irrenunciáveis, todo aquele que trabalhou tem direito a uma previdência digna", disse Rajoy. Sobre políticas sociais, o candidato conservador se esquivou das perguntas mais controversas de seu adversário socialista, que reivindicou a ele que retire o recurso que o PP apresentou contra uma lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Os dois candidatos mostraram a mesma postura sobre a organização terrorista ETA, para cujo fim definitivo se comprometeram a colaborar lealmente após o anúncio do fim de sua atividade violenta. A política externa ocupou apenas poucos minutos no final do debate, no qual Rajoy aproveitou para criticar o governo socialista por ter se descuidado da relação e dos interesses da Espanha com a América Latina e a Europa, concentrando-se no Oriente Médio.

EFE   
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