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Oriente Médio

Tensão Israel-Irã ganha novo capítulo antes de relatório da AIEA

6 nov 2011 - 20h15
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As tensões entre Israel e Irã envolvendo o programa nuclear iraniano deram um novo passo na última semana. Na quarta-feira, o jornal israelense Ha'aretz afirmou que o governo do país buscava apoio do Conselho de Ministros de Israel para iniciar um ataque às ogivas nucleares do país de Mahmoud Ahmadinejad. A equipe do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou que levará em consideração o relatório da Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA) para avaliar uma possível intervenção.

Israel simula bombardeios: um ataque ao Irã depende do relatório da AIEA, disse o premiê Benjamin Netanyahu
Israel simula bombardeios: um ataque ao Irã depende do relatório da AIEA, disse o premiê Benjamin Netanyahu
Foto: AFP

O Irã não demorou a reagir diante das declarações de Israel. O ministro das Relações Exteriores, Ali Akbar Salehi, disse que o país "está preparado para o pior". Enquanto isso, tropas israelenses realizavam manobras militares, simulando ataques aéreos a centros urbanos e testando mísseis. À medida que países ocidentais - como Estados Unidos, França e Reino Unido - engrossavam o tom contra o Irã, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) descartou qualquer possibilidade de intervir no país persa.

A atitude de Israel em relação a um possível ataque ao Irã levanta questões sobre a legalidade de uma intervenção como essa. Para que ocorra de forma legal, a ação precisa ser aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU com unanimidade. Entretanto, é muito provável que a Rússia e a China votem contra o ataque - dois países que historicamente resistem em apoiar as sanções ocidentais ao Irã. Assim, Israel - que tem o apoio dos Estados Unidos - iria contra as normas que regem o direito internacional caso decidisse intervir sem o aval da ONU.

Apesar da tensão acirrada, episódios parecidos com esse já foram registrados na história dos conflitos entre Israel e Irã. Segundo o jornal El País, "é uma guerra de nervos que se prolonga desde a revolução iraniana de 1979, e que de vez em quando se sobressai com mais força". O jornal online CBS News destacou que, desde o surgimento de relatos de que o Irã estava envolvido em um programa de enriquecimento de urânio, especialistas e líderes mundiais alertaram o mundo sobre uma possível bomba atômica em pouco tempo. "Dez anos depois: nenhuma bomba", disse o jornal.

Além disso, é improvável que os Estados Unidos, enquanto liderados por Barack Obama, apoiem um ataque israelense ao Irã. Mesmo que o governo atual dos EUA tenha tomado medidas para isolar o país persa com sanções, Obama está em campanha eleitoral - e um de seus feitos mais destacados durante esse período é a retirada das tropas americanas do Iraque até o final deste ano. Segundo o CBS News, desde 2007, o Pentágono envia fortes advertências a Israel para que não ataque o Irã sob quaisquer circunstâncias, já que as consequências seriam muito graves.

Divergências internas

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Ehud Barak, receberam recentemente o apoio do ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, no plano de ataque ao Irã - ele resistia devido às repercussões que a intervenção poderia ter. No entanto, os três buscam apoio da maioria do Congresso dos Ministros de Israel. Atualmente, o grupo que se opõe ao ataque tem pouco mais da metade dos votos - mas Netanyahu, Barak e Lieberman tentam reverter esse quadro.

Fonte: Terra
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