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Oriente Médio

Corte de financiamento dos EUA prejudica atividades da Unesco

2 nov 2011 - 14h06
(atualizado às 14h22)
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A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) afirmou nesta quarta-feira que não poderá manter seu nível de atividade sem a contribuição econômica dos Estados Unidos, que foi retirada após a adesão da Palestina como estado membro de pleno direito na organização.

"Os Estados Unidos continuarão na organização e espera-se que em breve seja encontrada uma solução para o problema do financiamento. Até que isso ocorra, será impossível manter nosso nível de atividade atual", declarou em comunicado a diretora-geral da instituição, Irina Bokova. Após a votação favorável de 107 Estados-membros e contrária de 14 sobre a entrada da Palestina na Unesco, Washington anunciou que eliminará os fundos que entregava à organização.

A suspensão é de efeito imediato, sendo assim, os EUA devem deixar de entregar à organização US$ 60 milhões que deveriam desembolsar em novembro, parte do total de US$ 80 milhões que destina anualmente à Unesco e que representa 22% do orçamento da agência. "A retenção do financiamento dos Estados Unidos e outras contribuições financeiras debilitará a eficácia da Unesco e prejudicará sua capacidade para construir sociedades livres e abertas", diz o comunicado.

O financiamento dos EUA ajuda a Unesco a desenvolver e manter meios de informação livres e competitivos no Iraque, Tunísia e Egito. "Os programas de alfabetização da Unesco em outras áreas em conflito permitem que a população tenha a capacidade de desenvolver o pensamento crítico e a confiança necessários para combater o extremismo violento", disse Bokova, citando que a organização trabalha, por exemplo, para alfabetizar "milhares de oficiais da Polícia" no Afeganistão.

Parte do dinheiro de Washington serve também para "apoiar o espírito democrático da Primavera Árabe", já que a Unesco está capacitando jornalistas para que possam cobrir os processos eleitorais de maneira objetiva nestes países.

Bokova afirmou que utilizando financiamento fornecido pelos EUA e Israel, a Unesco "desenvolve programas educativos para garantir que o Holocausto nunca seja esquecido". Ela defendeu que o financiamento econômico da organização que dirige "está no centro dos interesses dos Estados Unidos". Por isso, a diretora pediu "ao Governo dos Estados Unidos, ao Congresso e ao povo do país que achem um caminho para avançar e continuem apoiando a Unesco nestes tempos turbulentos".

EFE   
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