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Estados Unidos

EUA: 'Deus e pátria' guiam visão de candidatos republicanos

15 out 2011 - 10h01
(atualizado às 10h28)
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Desde sua independência em 1776, os Estados Unidos estiveram marcados por valores judaicos-cristãos, mas, com a proximidade das eleições de 2012, o ideal de "Deus e pátria" parece guiar a visão de governo dos candidatos presidenciais republicanos.

Ao anunciar que não concorreria, Sarah Palin disse ser devota "a Deus, à sua família e ao país"
Ao anunciar que não concorreria, Sarah Palin disse ser devota "a Deus, à sua família e ao país"
Foto: AP

A ex-governadora do Alasca, Sarah Palin, o ex-governador de Massachusetts, Mitt Romney, e o governador do Texas, Rick Perry, deixaram claro que acreditam que seus passos estão guiados, principalmente, pela força divina. Desde 2008, Sarah flerta com a idéia de se lançar na disputa das eleições presidenciais, mas essa hipótese foi descartada no último dia 6 de outubro. A ex-governadora do Alasca anunciou que, após "estudar seriamente a proposta e fazer muitas orações", não disputará as eleições de 2012.

Sarah, que era a vice de John McCain na última campanha presidencial, perdeu a oportunidade de chegar à Casa Branca, porém, permanece no cenário público, onde faz constantes referências à Bíblia e ao lema "Deus e pátria". Aliás, este é o principal lema do movimento conservador Tea Party.

Durante o primeiro discurso sobre sua política externa, Romney afirmou que "Deus não criou este país para ser uma nação de seguidores". Segundo Romney, o destino dos EUA é "liderar o mundo". Falar de Deus e de sua fé é algo praticamente natural para qualquer líder político no país. Desde os discursos do presidente Barack Obama até o de um aspirante a vereador, a conclusão é uma só: "Que Deus abençoe America".

Afinal de contas, embora a Constituição separe a Igreja e o Estado, a própria Declaração de Independência, de 1776, faz referência ao "Criador". Segundo algumas pesquisas, mais de 90% dos americanos afirmam acreditar em Deus e, como eleitores, esperam que seus líderes políticos sejam homens e mulheres "de fé".

"Desde sempre os candidatos costumam citar Deus em seus discursos. Romney e os demais candidatos seriam tolos se não fizessem o mesmo, especialmente os que desejam ganhar o apoio dos evangélicos", disse Adam Christing, cineasta e membro da Associação da História Mórmon.

"Não quer dizer que sejam desonestos, mas frente aos eleitores evangélicos não podem faltar essa referência: "Deus e pátria", afirmou Christing, diretor do documentário "Um Presidente Mórmon", que narra a história dos mórmons e seus vínculos com a Presidência nos EUA.

Além de Romney, Jon Huntsman, outro candidato republicano, também segue os ideais dos mórmons, uma religião minoritária nos Estados Unidos. Para chegarem à Presidência, os candidatos teriam que romper uma barreira parecida com a que enfrentou o democrata John F. Kennedy, que foi o primeiro e único presidente católico dos EUA.

Na semana passada, o senador independente Joseph Lieberman, um dos 31 judeus no Congresso, lembrou em um fórum de Nova York que o governo foi formado para "resguardar os direitos outorgados por Deus". O senador de Connecticut celebra a relação "sublime e séria" da religião e a democracia nos EUA porque, segundo sua opinião, foi uma força catalisadora "para o bem" da vida nacional.

"Alguns dos grandes movimentos de consciência nos EUA surgiram das convicções de religiosos, e utilizam a linguagem e a liturgia da fé" para mobilizar suas bases, assinalou. Se a aparente religiosidade dos americanos já foi retratada no século 19 na obra prima do célebre historiador francês Alexis de Tocqueville, "A democracia na América", no século 21, a fé é uma constante na política republicana.

A situação pode ser comprovada com a chamada "Cúpula dos Eleitores com Valores", realizada na semana passada para reunir em Washington os grupos da direita religiosa do país. Em 2008, durante um programa da emissora Fox NewsM/I>, Sarah Palin disse que se deixaria se guiar por Deus para decidir sobre sua eventual candidatura presidencial. Aparentemente, Palin deve ter escutado o sussurro de Deus: "não concorra".

EFE   
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