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Ásia

Afeganistão: cultivo do ópio aumenta 7% devido à insegurança

11 out 2011 - 06h33
(atualizado às 07h20)
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A superfície de cultivo do ópio no Afeganistão aumentou 7% em 2011, a 131 mil hectares, devido à insegurança e ao atrativo de preços muito altos, informou nesta terça-feira o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês).

Além do aumento da superfície cultivada, comparada com os 123 mil hectares de 2009 e 2010, também se calcula que a produção de ópio aumentou até 5.800 toneladas métricas, desde as 3.600 do ano passado. A ONU reconhece que o dado "não é positivo" e que "os níveis de produção podem estar na direção dos máximos vistos antes de 2010", quando se desencadearam aumentos anuais recordes.

Afetada por uma praga de fungos, a produção caiu 48% no ano passado, com quedas acentuadas nas conflituosas províncias sulinas de Helmand e Kandahar, tradicionais redutos dos insurgentes talibãs. Este descenso causou, no entanto, a elevação de 164% dos preços do ópio afegão em 2010: o preço médio foi de US$ 169 por kg, frente aos US$ 64 de 2009.

Esta alta dos preços, que rompeu uma tendência descendente registrada entre 2005 e 2009, voltou a fazer o cultivo da papoula atraente entre os empobrecidos camponeses do país asiático. "O valor agrícola da produção de ópio alcança US$ 1,4 bilhão, 9% do PIB do país. Se forem somados a esse número o lucro da fabricação e o tráfico de heroína, o ópio é uma parcela importante da economia afegã e proporciona fundos consideráveis à insurgência", indica a ONU.

"Peço à comunidade internacional que se concentre nas conexões entre o narcotráfico e a insegurança. A produção e o tráfico de narcóticos impede a segurança, promove a corrupção, a criminalidade, a instabilidade e a insegurança no Afeganistão, na região e na inteira comunidade internacional", afirmou Yury Fedotov, diretor da UNODC.

A ONU também alerta que o Afeganistão deixou de ser um país exportador para virar um consumidor de ópio, com um dos maiores índices de consumo no mundo - 2,65% entre a população de 15 a 64 anos.

EFE   
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