Egito: Irmandade Muçulmana pede paciência a cristãos coptas
A Irmandade Muçulmana afirmou nesta segunda-feira, após os graves enfrentamentos deste domingo entre coptas e militares, que não é o momento adequado para que a comunidade cristã no Egito faça suas reivindicações, Em comunicado, a confraria religiosa destacou que os distúrbios, que acabaram com 24 mortos, "não são resultado do problema com uma igreja em Assuã", como denunciavam os manifestantes, "mas uma conspiração contra a revolução".
De acordo com a Irmandade Muçulmana, prova disso é o número de mortos e feridos, o que demonstraria o desejo de setores do Egito e da comunidade internacional em boicotar a revolução e o processo em direção à liberdade, a justiça e a democracia. "Todo o povo egípcio tem suas reivindicações legítimas e não só os irmãos coptas; e este não é o momento adequado para reclamá-las, pois o governo atual é provisório e a situação geral não é natural", disse a organização.
A Irmandade Muçulmana recomendou paciência e que os grupos políticos do país esperem a formação de um Executivo eleito por eleições livres. A organização pediu que se acelere o pleito "para levar o Egito à estabilidade e a legitimidade popular e constitucional".
A Irmandade solicitou às Forças Armadas todos os esforços para proteger o processo eleitoral e também expressou sua disposição de formar comitês populares. Apesar disso, o grupo reconheceu o descontentamento entre os coptas, resultado de uma "política de um regime corrupto e autocrático que não respeitou a religião e afetou todos os egípcios". Mas afirmou que a Irmandade Muçulmana sofreu o dobro do que os demais.