Protesto de cristãos acaba em confronto no Egito; 23 morrem
Um protesto de membros da igreja egípcia culminou em violentos confrontos neste domingo, no Cairo. Ao menos 24 pessoas morreram e outras 174 ficaram feridas em tumultos depois que membros da igreja copta (seita cristã majoritária do Egito) iniciaram um protesto em frente à sede de uma televisão na capital do país, informou o Ministério da Saúde do país em comunicado.
A manifestação, liderada por bispos coptas, tinha como objetivo protestar contra a destruição de uma igreja no interior do Egito. Segundo a TV local, os manifestantes realizavam um protesto pacífico quando acabaram agredidos por moradores locais. Veículos militares foram incendiados, e o número de vítimas deve aumentar.
Os coptas protestavam queimando imagens do governador de Aswan, Mustafa al-Sayed. Al-Sayed teria dito que uma igreja copta da vila de Merinab era ilegal, o que teria levado à destruição dela por moradores. Hoje, os manifestantes cristãos exigiam a demissão do governador e a reconstrução da igreja.
A Junta Militar que governa o país desde a queda do ex-presidente Hosni Mubarak, em janeiro passado, decretou o toque de recolher nas ruas do Cairo das 2h às 7h de segunda-feira (horário local), segundo informações da Al Arabiya.
Um jornalista da AFP, que viu os corpos das vítimas em um hospital Cairo, disse que um dos corpos tinha o rosto totalmente desfigurado. "Um veículo do exército atropelou cinco manifestantes", declarou à AFP o padre Daud, um sacerdote do copta. Em alguns dos cadáveres havia marcas de tiro.
Segundo das informações das agência EFE, ao menos 17 mortos civis e outros 4 são militares.