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Ásia

Filipinas lutam para resistir a Nalgae, 2º tufão em 4 dias

1 out 2011 - 07h47
(atualizado às 10h40)
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As Filipinas lutam para resistir aos efeitos do tufão Nalgae, que chegou neste sábado ao norte do país com ventos sustentados de 160 km/h. Há quatro dias, aconteceu a passagem de outro tufão, o Nesat, que causou pelo menos 50 mortes.

Passagem de segundo tufão em uma semana deixa desabrigados
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Foto: Reuters

Segundo o serviço de meteorologia do país - Pagasa -, o olho do tufão Nalgae tocou a terra por volta das 9h do horário local (22h da sexta-feira de Brasília) com rajadas de vento de até 195 km/h na província de Isabela - no nordeste do país - a mesma região por onde o Nesat entrou na última terça-feira.

As autoridades confirmaram que o tufão causou a morte de uma pessoa por deslizamento de terra na província de Mountain, ao norte da ilha de Luzon, embora à medida que as horas passem espera-se que este número aumente de forma considerável.

O Nalgae, com 500 quilômetros de largura, segue a mesma trajetória do Nesat, o que pode complicar ainda mais a situação de cerca de um milhão de pessoas afetadas pelas inundações na ilha de Luzon.

O presidente do país, Benigno Aquino, determinou nesta sexta-feira a retirada de milhares de pessoas que vivem no litoral nordeste, a área que normalmente é a mais castigada pelos tufões, onde também foi cortada a provisão elétrica para prevenir acidentes.

Dez províncias do norte da ilha de Luzon declararam o alerta três em uma escala sobre cinco, 11 declararam o nível dois e outras dez, incluindo a capital, Manila, o nível um.

O novo tufão obrigou as equipes de salvamento a suspender momentaneamente sua atividade em alguns dos locais afetadas devido à força do temporal.

Nos últimos dias o Exército e a polícia tinham desdobrado milhares de homens para resgatar os habitantes refugiados desde quinta-feira nos telhados de suas casas à espera que as águas baixem nas regiões de Bulacan, Pampanga e Tarlac, ao norte de Manila.

Segundo o último boletim do Pagasa, o "Nalgae" se encontra à altura da província de Benguet, próximo ao litoral oeste do norte de Luzon, e deixará o território filipino nas próximas horas.

No entanto, o serviço meteorológico advertiu que as chuvas continuarão e os efeitos permanecerão durante dias com enchentes e deslizamentos nas encostas das montanhas, já que a terra está encharcada e não pode absorver mais água.

Apesar do tufão "Nesat" ter se retirado do país na quarta-feira, a situação se agravou desde então em alguns pontos devido ao fato de que grande parte das represas da ilha de Luzon está há dias liberando água para evitar inundações.

O último boletim do Centro de Prevenção de Desastres eleva a 50 o número de mortos pelo Nesat, enquanto pelo menos 31 pessoas continuam desaparecidas e 180 mil seguem sendo atendidas nos abrigos disponibilizados pelo governo.

Duas das últimas vítimas são uma menina de 5 anos e um menino de 16 anos,mortos por afogamento na localidade de Calumpit, na província de Bulacan, uma das dezenas de áreas do centro de Luzon que seguem completamente submergidas.

Pelo menos 24 dos mortos são menores de idade, que da mesma forma que as demais vítimas perderam a vida por afogamento, atingidos por árvores derrubadas pelo vendaval, soterrados por deslizamentos de terra ou eletrocutados.

Além do desastre humanitário, a chegada de Nalgae está multiplicando o dano ocasionado às infraestruturas e à agricultura, estimado por enquanto em US$ 136,7 milhões após o primeiro tufão.

Os relatórios meteorológicos preveem que o Nalgae provocará chuvas de intensidade parecida às do "Nesat".

Entre 15 a 20 tufões atingem as Filipinas a cada ano durante a estação chuvosa que, geralmente, começa em maio e termina em novembro.

Os especialistas das agências internacionais identificam a favelização como o principal fator do grande número de vítimas que os desastres naturais causam nas Filipinas, e evidenciam o mal estado de conservação das infraestruturas.

EFE   
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