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Mundo

Centenas de moradores fogem de Sirte sob fogo de kadafistas

23 set 2011 - 11h01
(atualizado às 11h25)
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Centenas de moradores tentavam fugir da cidade de Sirte nesta sexta-feira sob o fogo dos combatentes do antigo regime que queriam destruir um veículo transportando uma família inteira, informou o comandante das forças do Conselho Nacional de Transição (CNT).

"Nós escoltávamos famílias que saíam de Sirte e o comboio foi alvo de disparos" de foguetes antiaéreos, granadas e armas de pequeno calibre que partiram dos partidários de Muammar Kadafi, disse Ussama Muttaua Sueily à AFP.

"Um de nossos combatentes foi morto; e o carro de uma família, destruído", e esses passageiros provavelmente também morreram, acrescentou.

O incidente ocorreu em uma rotatória próxima à saída oeste de Sirte, linha de frente das forças do CNT, que ordenou uma pausa nos combates.

"Tentamos levar as famílias para fora. Liberamos entre 400 e 500 carros por dia. Tentamos de alguma maneira matar de fome" os pró-Kadhafi, afirmou Sueily questionado a pausa das ofensivas dos combatentes do CNT pelo terceiro dia consecutivo.

Segundo informações, na cidade não há mais água nem energia elétrica, as lojas estão fechadas e os moradores não têm mais nada para comer.

"Nós damos às famílias a possibilidade de sair. Quando o fluxo (de saídas) parar, será o momento de agir. Não queremos uma vitória a qualquer preço", disse.

Algumas pessoas têm outros motivos para deixar este reduto pró-Kadhafi, cidade natal do ex-líder líbio. Malik Mohammed Ferjani partiu com sua família, de aproximadamente 40 membros, em sete veículos porque está em uma lista negra, segundo ele.

"As pessoas são executadas pelos soldados de Kadhafi. Eles possuem uma lista com 500 nomes. Meu nome está nela", afirmou. Ele decidiu fugir depois de sua casa ter sido alvejada por três foguetes.

Ele falou de um hospital de campanha a 50 km ao oeste de Sirte, onde líderes do CNT recebem os carros vindos da cidade antes de autorizarem a continuação da viagem.

Segundo esses líderes, até a metade desta sexta-feira, 386 pessoas passaram por ali.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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