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Mundo

ONU pede ao mundo que fuja dos políticos que alimentam racismo

22 set 2011 - 21h48
(atualizado às 21h52)
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O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu nesta quinta-feira à sociedade civil que fuja dos "políticos extremistas" que alimentam o racismo e a xenofobia, principalmente em difíceis momentos econômicos como os atuais.

"Devemos resistir aos políticos que polarizam (posições e) que jogam com os medos das pessoas e utilizam estereótipos para ganhar vantagem eleitoral", afirmou Ban durante a comemoração na Assembleia Geral da ONU do 10º aniversário da Declaração de Durban contra o racismo e a xenofobia.

O principal responsável das Nações Unidas criticou duramente os que usam a política para turvar o ambiente social e conquistar benefícios eleitorais atacando "as minorias e os grupos mais vulneráveis".

"Os Governos têm de garantir que situações como o desemprego e a deterioração dos padrões de vida não forneçam desculpas para atacar aos grupos vulneráveis", indicou Ban, quem reconheceu que "as épocas difíceis econômicas" agravam os problemas racistas em todas as sociedades.

Com a presença de chefes de Estado e de Governo, Ban assegurou que, passados dez anos da assinatura da Declaração de Durban, avançou-se em inúmeros aspectos, mas reconheceu que "a intolerância aumentou em muitas partes do mundo".

Ao final do encontro, no qual também discursou a Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, o organismo internacional aprovou novamente seu compromisso contra o racismo com um documento com recomendações contra o racismo.

O secretário-geral apelou pelo fim de qualquer forma de discriminação, "contra os africanos, asiáticos, os indígenas, os imigrantes, refugiados e toda minoria, como o povo romani".

Ele encorajou a acabar com o antissemitismo, a islamofobia, a discriminação contra os cristãos, assim como com qualquer atitude negativa em direção a "raça, cor, língua, opinião política", da mesma forma que de gênero e orientação sexual.

Ban referiu-se a polêmica que acompanha a Declaração de Durban desde o nascimento em 2001, quando Estados Unidos e Israel, entre outros, abandonaram a conferência ao considerar que Israel estava sendo perseguido, sobretudo em uma resolução que equiparava sionismo com racismo.

A ONU realizou um simpósio sobre racismo no qual Ban Ki-moon participou com o presidente sul-africano, Jacob Zuma, que louvaram o papel de Nelson Mandela na luta contra o racismo.

Paralelo aos atos da ONU ocorreu em Nova York uma cúpula oposicionista, organizada pelo Instituto Hudson e o Instituto de Direitos Humanos e o Holocausto da Universidade de Touro, em protesto à comemoração do 10º aniversário da declaração.

EFE   
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