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Mundo

Tribunal tira custódia de pais "velhos demais" na Itália

16 set 2011 - 10h01
(atualizado às 10h24)
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O juizado da infância de Turim, Itália, tirou definitivamente a guarda de uma criança de 15 meses de seus pais, que têm 58 e 70 anos, por considerá-los velhos demais, informou nesta sexta-feira a imprensa italiana.

Os juízes declararam que a menina, que nasceu em 26 de maio de 2010 em Turim por fecundação in vitro, e que vive desde um mês de idade em um centro para menores, está disponível para adoção.

Segundo a sentença, a menina é "fruto de uma aplicação distorcida das enormes possibilidades que o progresso oferece em matéria genética", e "ficará órfã cedo demais e, além disso, terá que cuidar de pais anciãos, com possíveis doenças graves".

Gabriella e Luigi De Ambrosis se casaram em 1990 quando a mulher, então com 36 anos, se submeteu a dez tentativas de fecundação in vitro na Itália e tentou a adoção em duas ocasiões, sem obter sucesso. Quando Gabriella tinha 56 anos, decidiu ir ao exterior - não revelou o país -, para se submeter a uma fecundação assistida.

Os problemas do casal começaram após um mês do nascimento da menina, quando perderam sua guarda depois que os vizinhos avisaram a polícia que o bebê havia sido deixado sozinho em um carro.

O pai afirmou que tinha deixado a criança dormindo em uma cadeira infantil no banco de trás do veículo, que estava estacionado em frente à residência do casal, enquanto descarregava compras e para não ter que acordá-la.

Para o tribunal, a menina foi abandonada por cerca de 45 minutos, "embora sem que tenha acontecido algo grave". Por esta acusação, o casal será julgado daqui a alguns meses.

Porém, devido ao episódio, o juizado de menores de Turim decidiu prosseguir com o caso para determinar outro veredicto, o de que o casal é velho demais para cuidar da criança.

O casal formado por Gabriella, uma bibliotecária, e Luigi De Ambrosis, ex-corregedor de uma pequena cidade, anunciou que vai entrar com um recurso para recuperar a guarda da filha.

Os dois alegam que, neste caso, a única vítima é a menina, que está sem o amor de seus pais desde que completou um mês de vida e só pode receber visitas a cada 15 dias.

EFE   
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