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Sarkozy e Cameron apoiam Conselho de Transição em visita à Líbia

15 set 2011 - 16h33
(atualizado às 16h41)
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O presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, principais incentivadores da intervenção da Otan na Líbia, selaram nesta quinta-feira em visita à Trípoli seu compromisso de continuar apoiando a máxima autoridade rebelde líbia.

Na primeira visita de um chefe de Governo ou de Estado à Líbia, organizado com estritas medidas de segurança e rodeada por um ambiente de euforia, os líderes receberam os elogios dos dirigentes políticos do Conselho Nacional de Transição (CNT) por seu envolvimento no conflito armado.

"A vitória nunca teria sido possível sem a ajuda dos aliados, especialmente da França e do Reino Unido", declarou em entrevista coletiva o presidente do CNT, Mustafa Abdel Jalil, acompanhado pelo chefe do Governo rebelde, Mahmoud Jibril.

De acordo com Jalil, a ajuda respondeu unicamente a razões humanitárias.

Esta questão também foi abordada por Cameron e Sarkozy, que negou categoricamente a existência de agendas ou acordos secretos na Líbia, em referência a um suposto pacto entre Paris e Benghazi para a exploração de 35% do petróleo líbio.

Apesar de mostrarem satisfação pelo triunfo da revolução e pelos rápidos progressos realizados pelas autoridades líbias, tanto o CNT quanto os líderes europeus insistiram que ainda há muito por fazer.

"Muammar Kadafi tem que ser preso", destacou Sarkozy, advertindo também que todos os que cometeram crimes terão que responder na justiça.

Sobre isso, o ministro da Justiça rebelde, Mohammed al Alagi, disse à Agência Efe que espera que esta visita sirva para aprofundar a colaboração para a entrega de criminosos.

Cameron, por sua vez, reconheceu que está longe de terminar o trabalho de combate às forças pró-Kadafi que ainda resistem, e mostrou disposição de continuar ajudando o CNT na busca pelo ditador.

Os membros do CNT agradeceram à França o compromisso com a reconstrução de centros escolares e com a vigilância das fronteiras no sul do país, e elogiaram o Reino Unido pelo anúncio do desbloqueio de 684 milhões de euros em bens líbios confiscados.

A entrevista coletiva parecia uma comemoração oficial da vitória definitiva, não fosse a recordação de que o conflito continua e que o paradeiro de Kadafi continua desconhecido.

Sarkozy ressaltou que espera que a Síria também possa ser um país livre um dia, sem ter que passar o que o povo líbio passou. Para o francês, não haverá um só lugar no mundo do século XXI no qual os ditadores possam ficar impunes. "A impunidade acabou", considerou.

Fontes da delegação britânica afirmaram a um grupo de jornalistas que além da liberação dos fundos congelados e do apoio à reconstrução do país, Londres está trabalhando na prévia de uma nova resolução internacional sobre a Líbia.

A medida inclui o estabelecimento de uma missão da ONU em Trípoli, a suspensão do embargo de armas, a criação de um órgão para administrar o processo de desbloqueio dos fundos e a retirada da proibição de voo aos aviões civis.

O entusiasmo demonstrado por Sarkozy e Cameron não teria sido o mesmo se no último momento não tivessem se antecipado ao primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, que tinha previsto uma visita à Trípoli na sexta-feira.

O secretário do CNT, Khaled Amre al Turyuman, declarou que Sarkozy tinha o direito de ser o primeiro presidente a visitar o país pela ajuda da França aos rebeldes, e afirmou que Erdogan perdeu a corrida por um motivo religioso.

"Erdogan é muçulmano e quer estar na Praça dos Mártires para a reza, e isso só pode acontecer na sexta-feira", explicou Turyuman.

Após a visita a Trípoli, Sarkozy e Cameron viajaram a Benghazi escoltados por seis helicópteros. Segurando nas mãos de Abdel Jalil, eles voltaram a mostrar seu apoio ao CNT, diante da multidão encheu a Praça da Liberdade.

EFE   
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