Ativistas sírios fazem apelo por ajuda internacional
A oposição da Síria fez um apelo à comunidade internacional na quinta-feira por monitores de direitos humanos que ajudem a deter os ataques militares contra civis em uma repressão cada vez mais sangrenta contra a agitação popular.
A Comissão Geral da Revolução Síria, que reúne vários grupos ativistas, disse que o aumento no número de manifestantes mortos durante a revolta de quase seis meses fez com que muitos sírios relutantes se decidissem pela ajuda externa.
"Pedir a intervenção externa é uma questão delicada que pode ser usada pelo regime para chamar seus opositores de traidores. Estamos pedindo primeiro observadores internacionais", disse o porta-voz Ahmad al-Khatib à Reuters.
Os manifestantes sírios estão gritando slogans pedindo proteção internacional, mas não houve indicações no Ocidente de uma vontade em repetir os bombardeios da Otan que desempenharam um papel vital na queda do líder líbio Muammar Kadafi.
Nenhum país propôs o tipo de intervenção na Síria, como um mandado da ONU para proteger civis, que a força aérea da Otan pôs em prática na Líbia por causa dos riscos geopolíticos maiores.
Ao contrário da Líbia, a Síria fica em uma região turbulenta do Oriente Médio; tem aliados poderosos como o Irã e influência sobre os voláteis Líbano e Iraque. Mas o Ocidente pediu ao presidente Bashar al-Assad, cuja família e a minoritária seita alauíta vêm dominando a maioria muçulmana sunita na Síria por 41 anos, que renunciasse ao cargo e impôs sanções punitivas cada vez mais duras.
Yasser Saadeldine, um comentarista político da oposição sediado no Catar, disse que o sucesso da campanha da Otan na Líbia poderia encorajar o Ocidente a reconsiderar sua postura com relação à Síria. "A derrota de Kadafi deu ao Ocidente uma oportunidade histórica de emendar os laços com o mundo muçulmano e árabe."
Em um comunicado, o bloco ativista disse que as forças de Assad mataram mais de 3.000 civis em sua tentativa de suprimir as demonstrações que exigem mais liberdade política. Disse que dezenas de milhares de pessoas foram presas, outros milhares desalojados e desaparecidos.