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Oriente Médio

Rússia e China resistem a sanções da ONU sobre Síria

26 ago 2011 - 14h37
(atualizado às 15h19)
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A iniciativa norte-americana e europeia para impor sanções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a Síria por sua violenta repressão aos manifestantes pró-democracia está encontrando forte resistência da Rússia e da China, disseram diplomatas da ONU.

EUA, Grã-Bretanha, França, Alemanha e Portugal fizeram circular uma resolução preliminar que pede por sanções contra o presidente sírio, Bashar al-Assad, membros influentes de sua família e outras pessoas próximas. Eles afirmam que querem submeter a minuta a uma votação o mais rápido possível.

As medidas não são tão duras como as atuais sanções dos EUA e a proposta de endurecimento das medidas da União Europeia contra Damasco que proibirá a importação de petróleo da Síria. Os diplomatas afirmaram que ainda não há planos para uma votação.

O embaixador da Rússia da ONU, Vitaly Churkin, deu indicações de que Moscou usará seu poder de veto para derrubar a proposta se ela for colocada em votação agora. Diplomatas do Ocidente disseram que Rússia e China têm se recusado a debater a proposta.

"Os russos dizem que não têm instruções", disse um diplomata à Reuters na sexta-feira, sob a condição de anonimato. Como resultado, diplomatas ocidentais em Nova York afirmaram que as capitais de seus países teriam de se envolver para convencer Moscou e Pequim a participarem das negociações sobre a proposta de resolução a fim de chegar a um consenso entre os 15 membros do Conselho de Segurança.

"Precisamos claramente destravar isso no nível das capitais porque há uma resistência muito forte por parte da Rússia e da China", afirmou um diplomata.

Brasil, Índia e África do Sul também estiveram relutantes em aplicar sanções - ou até mesmo condenar - a Síria, cuja repressão aos manifestantes matou 2,2 mil pessoas em cinco meses, de acordo com números da ONU divulgados este mês.

Um diplomata, porém, afirmou que os três poderosos países em desenvolvimento, todos interessados em se tornarem membros permanentes de um Conselho de Segurança ampliado, estão agora "se engajando de maneira consistente no texto".

Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul reclamaram diversas vezes que a intervenção da Otan na Líbia foi muito além do mandato da ONU para proteger os civis da violência do governo, aprovado em março. Eles dizem que não querem que ocorra a mesma coisa na Síria.

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