Justiça retira todas as acusações contra Strauss-Kahn
23 ago2011 - 13h08
(atualizado às 14h55)
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O juiz Michel Obus decidiu nesta terça-feira rejeitar todas as acusações contra Dominique Strauss-Kahn por crimes sexuais, conforme solicitou a promotoria, após as denúncias de uma funcionária do hotel Sofitel de Nova York.
"Não vejo motivos para negar" o pedido do promotor, disse o juiz, cuja decisão põe fim a três meses de uma saga que custou a Strauss-Kahn seu posto de diretor-gerente do FMI e comprometeu suas chances de concorrer à Presidência da França em 2012.
O advogado de Nafissatou Diallo afirmou após o arquivamento do processo que o promotor responsável pelo caso, Cyrus Vance, de Manhattan, "abandonou uma mulher inocente". "O promotor Vance abandonou uma mulher inocente e negou-lhe o direito à justiça em um caso de estupro", ressaltou Kenneth Thompson.
A promotora Joan Illuzzi-Orbon afirmou, no entanto, que a decisão de solicitar a retirada das acusações contra Strauss-Kahn não foi tomada "levianamente". Os promotores não "tomaram a decisão de recomendar o arquivamento neste ou em qualquer caso levianamente", afirmou no tribunal.
Após a decisão do juiz, Strauss-Kahn agradeceu os que o apoiaram, e disse que o tempo transcorrido desde sua detenção foi um "pesadelo". "Estes últimos meses foram um pesadelo para mim e minha família. Agradeço a todos os amigos na França e nos Estados Unidos que acreditaram em minha inocência", declarou em um comunicado, no qual também agradeceu ao juiz do caso.
O promotor Cyrus Vance havia pedido na segunda-feira ao juiz Obus em um documento de 25 páginas a retirada das acusações, alegando falta de provas físicas sólidas e problemas de credibilidade da suposta vítima, a funcionária de hotel que denunciou Strauss-Kahn no dia 14 de maio.
Além disso, o juiz rejeitou um pedido dos advogados da acusadora de Strauss-Kahn, a guineana Nafissatou Diallo, para que Vance fosse substituído por um promotor especial.
O ex-chefe do FMI, Dominique Strauss-Kahn, na saída da audiência. Acusado de tentativa de estupro e assédio sexual, ele foi liberado nesta sexta-feira de sua prisão domiciliar em Nova York sem o pagamento de fiança
Foto: Reuters
O ex-chefe do FMI, Dominique Strauss-Kahn, e sua mulher Anne Sinclair saindo do tribunal de Nova York. Strauss-Kahn foi liberado nesta sexta-feira de sua prisão domiciliar em Nova York sem o pagamento de fiança. Ele é acusado de molestar sexualmente um camareira em um hotel, além de responder por outras acusações, entre elas quatro crimes graves que incluem agressão sexual, abuso sexual e tentativa de estupro
Foto: Reuters
O ex-chefe do FMI, Dominique Strauss-Kahn, e seus advogados Benjamin Brafman (centro) e William Taylor (esq.) durante audiência em Nova York nesta sexta-feira
Foto: AFP
O ex-chefe do FMI, Dominique Strauss-Kahn, conversa com seu advogado Benjamin Brafman durante a audiência que resultou na sua libertação
Foto: AFP
O ex-chefe do FMI, Dominique Strauss-Kahn, sorri durante a audiência em Nova York
Foto: Reuters
Strauss-Kahn, que compareceu nesta sexta-feira a uma audiência, foi solto "por sua própria intimação", o que significa que ele poderá simplesmente prometer que aparecerá diante da corte em seu processo
Foto: AFP
Dominique Strauss-Kahn e sua mulher Anne Sinclair deixam sua casa em direção à Corte Criminal de Manhattan
Foto: AFP
Dominique Strauss-Kahn e a mulher Anne Sinclair chegam para audiência na suprema corte de Nova York
Foto: AFP
Dominique Strauss-Kahn(centro) com seus advogados William Taylor e Ben Brafman enquanto ouvem o juiz durante a audiência desta sexta-feira
Foto: Reuters
Chegada do ex-chefe do FMI, Dominique Strauss-Kahn, e de sua mulher, Anne Sinclair, a uma audiência em Nova York nesta sexta-feira