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Mundo

Julgamento de turista americana no Irã continuará à revelia

21 ago 2011 - 13h30
(atualizado às 14h13)
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O julgamento contra a cidadã americana Sarah Shourd, acusada de ter entrado ilegalmente no Irã e de espionagem junto com seus dois amigos Shane Bauer e Josh Fattal, estes dois últimos condenados a oito anos de prisão, continua e será realizado em sua ausência, anunciou neste domingo o porta-voz do Poder Judiciário iraniano, Gholamhosein Moseni Ejei.

Em declarações divulgadas pela agência oficial de notícias iraniana, Irna, o porta-voz relatou que "é certo que Sarah Shourd declarou que não vai se apresentar na audiência, mas as leis iranianas indicam que seu julgamento continua, desta forma, vai ser julgada à revelia".

Os três americanos, Josh Fattal e Shane Bauer, ambos de 28 anos, e Sarah Shourd, de 32 anos, foram detidos quando faziam uma caminhada em uma região montanhosa do Curdistão iraquiano onde a fronteira entre Irã e Iraque é difusa.

Sarah, que alegou problemas de saúde para não retornar ao julgamento no Irã, foi libertada pagando uma fiança de US$ 500 mil em setembro de 2010, pelo mesmo motivo, e voltou ao seu país, enquanto seus dois amigos permaneceram em uma prisão de Teerã.

Shane Bauer e Josh Fattal foram condenados neste domingo a oito anos de prisão, cinco anos por espionagem a favor do serviço de inteligência americano e outros três anos pela entrada ilegal ao país.

"Segundo as leis, durante um prazo de até 20 dias desde o veredicto, os acusados podem recorrer a sentença, caso contrário ela será definitiva", informou Ejei.

Masoud Shafii, advogado que representa os três americanos, disse neste domingo à Agência Efe que esgotará todas as possibilidades jurídicas e que continua com a "esperança" de que a sentença mude.

Em 6 de agosto, o ministro de Assuntos Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, disse que espera que o julgamento de Fattal e Bauer leve a libertação e acrescentou que o Poder Judiciário iraniano tratou o caso de forma "justa".

Ao mesmo tempo, Salehi pediu a libertação dos iranianos detidos nos Estados Unidos e apontou Shahrzad Mir Gholi Jani, acusada de espionagem pelas autoridades de Washington.

Os três acusados se declararam inocentes e pediram a absolvição de uma acusação que, em sua opinião, é infundada.

Segundo eles, em nenhum momento tiveram intenção de entrar em território iraniano e tudo foi fruto de uma confusão já que se perderam e acabaram errando o caminho.

Sarah disse a imprensa americana em novembro de 2010 que, na realidade, não chegaram a entrar no Irã durante a caminhada, só depois que policiais iranianos fizeram um gesto para que se aproximassem de onde eles estavam.

Segundo seu relato, lhes disseram "isto é Irã", antes de assinalar a estrada onde estavam antes e lhes disse: "isso é Iraque", e logo anunciaram a prisão dos turistas.

A divisa entre os dois países na zona do Curdistão não é suficientemente delimitada desde a guerra travada entre ambas as nações de 1980 a 1988.

EFE   
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