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Oriente Médio

Confrontos em Gaza deixam ao menos 20 mortos

18 ago 2011 - 15h16
(atualizado às 16h26)
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Pelo menos 20 pessoas morreram nesta quinta-feira em um dos piores dias de confronto entre israelenses e palestinos desde a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza no final de 2008 e que começou com uma série de atentados contra alvos civis e militares no sul do território israelense. As últimas vítimas foram seis palestinos, entre eles um comandante de um grupo armado e uma criança, que morreram nos ataques aéreos que a Força Aérea israelense lançou na tarde desta quinta-feira como resposta aos atentados em Israel.

Fontes dos serviços de emergência em Gaza disseram que aviões israelenses atacaram a casa de um miliciano e que no local havia vários militantes dos Comitês Populares de Resistência. Entre os que morreram no ataque estão um dos comandantes desse grupo armado e um menor de idade. Os bombardeios começaram algumas horas depois que sete israelenses morreram e cerca de 30 ficaram feridos em uma série de atentados em uma estrada do sul do país na fronteira com o Egito.

Os supostos terroristas utilizaram armas automáticas, morteiros e pelo menos um foguete antitanque contra veículos civis e militares. No total, sete supostos terroristas morreram na troca de tiros com soldados, segundo o Exército israelense. Na tarde desta quinta-feira, durante uma entrevista coletiva do ministro da Defesa, Ehud Barak, foram noticiados novos tiroteios na região, deixando duas pessoas gravemente feridas.

Os ataques tiveram início por volta do meio-dia perto da cidade de Eilat (às margens do Mar Vermelho) quando um grupo de homens armados desceu de um veículo e disparou contra um ônibus público de uma linha que percorre o trajeto Beer Sheva-Eilat e no qual estavam dezenas de soldados.

As balas feriram sete pessoas e destruíram várias janelas e a porta do ônibus. O motorista chegou a acelerar para tentar fugir dos disparos.

Pouco depois do ataque ao ônibus, soldados do Exército localizaram um grupo armado e houve troca de tiros.

Minutos mais tarde, uma bomba explodiu perto de um veículo militar que tinha se deslocado para a região.

Além disso, um foguete antitanque atingiu um carro no qual viajavam vários israelenses.

A imprensa local informou em um primeiro momento que o foguete tinha sido lançado do território egípcio do Sinai, o que foi negado pelas autoridades egípcias.

As vítimas foram transferidas a hospitais, o que levou inclusive alguns médicos a interromperem uma greve que mantinham há dias para atender os feridos.

Barak afirmou em comunicado que "a fonte dos atos terroristas é Gaza e nós atuaremos com plena força e determinação contra eles".

Por sua vez, em um breve comunicado que precede uma entrevista coletiva extraordinária às 19h30 (13h30 de Brasília), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se limitou a qualificar os atentados em Israel como "muito graves" e a advertir que seu país dará a "resposta adequada".

A hipótese na qual os responsáveis israelenses acreditam é que terroristas da Faixa de Gaza tenham se infiltrado em Israel através do Egito.

O ministro da Defesa qualificou os ataques como um "grave ato terrorista" que "mostra a fraqueza do controle egípcio no Sinai e o alcance das atividades de agentes terroristas".

O alto dirigente do movimento islâmico Hamas Ahmed Yousef negou a autoria dos ataques, mas louvou o múltiplo atentado e disse que ocorreu "no momento certo, pois os israelenses estão atacando Gaza dia e noite, todos os dias".

Segundo ele, o fato de as negociações de paz entre palestinos e israelenses estarem paralisadas há quase um ano "tem como consequência lógica uma escalada militar".

O Ministério do Interior do Hamas ordenou que todos os funcionários saíssem das dependências oficiais e dos quartéis de Gaza, já prevendo possíveis bombardeios de Israel em represália pelos atentados em Eilat.

Pouco antes do bombardeio israelense, o porta-voz islâmico Salah Bardawil assegurou que se Israel atacasse a Faixa de Gaza durante o mês do Ramadã, o Hamas responderia com força, informou o serviço de notícias israelense "Ynet".

EFE   
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