Bolivianos mantêm marcha em defesa de parque ecológico
Cerca de 1 mil indígenas bolivianos marcham pelo segundo dia da Amazônia até La Paz para pedir que o presidente Evo Morales suspenda a construção de uma estrada que deve atravessar um parque natural, informou o dirigente do setor, Adolfo Chávez.
"Reiniciamos a caminhada esta madrugada", afirmou por telefone Chávez, que dirige a marcha organizada pela Central Indígena dos Povos do Oriente Boliviano (CIDOB).
Os aborígenes do centro e da Amazônia boliviana se opõem ao traçado de uma estrada de mais de 300 km financiada pelo Brasil através do Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Sécure (TIPNIS), uma reserva nacional onde moram cerca de 50 mil pessoas e rica em flora e fauna.
Já começou a ser construída uma primeira parte da estrada, que terá um custo total de US$ 415 milhões, mas as obras ainda não chegaram ao TIPNIS.
Os nativos querem caminhar 600 km em 40 dias desde Trinidad até La Paz. O poder executivo fez diversos pedidos de diálogo para conter a marcha de protesto, mas os indígenas indicaram que para qualquer negociação é preciso que atendam primeiro as suas exigências.
O presidente Evo Morales, da etnia aymara, respondeu dias atrás que a execução da obra viária irá ocorrer e adiantou que realizará a "consulta indígena" estabelecida no Convênio 169 da OIT, embora tenha esclarecido que o diálogo não terá caráter vinculante, ou seja, de cumprimento obrigatório para as partes.