Pfizer paga indenização por mortes durante testes na Nigéria
Os pais de quatro crianças que morreram na Nigéria de meningite enquanto recebiam um antibiótico experimental venceram uma batalha legal de 15 anos contra a Pfizer. A maior empresa do mundo em pesquisa farmacêutica anunciou na quinta-feira ter efetuado o pagamento de US$ 175 mil para cada uma das famílias. A decisão deve ser estendida a outras famílias também vitimadas. A informação é do The Guardian.
A Pfizer começou a ser processada depois da morte de 11 crianças que eram submetidas a um ensaio clínico em 1996, quando o Estado onde moravam, Kano, foi atingido por uma epidemia de meningite. Uma centena de crianças recebeu o medicamento oral Trovan, enquanto outra centena recebeu ceftriaxona, considerado o "padrão-ouro" de tratamento da medicina moderna.
Cinco crianças morreram enquanto tomavam Trovan e seis, ceftriaxona. Tempos depois verificou-se que a Pfizer não teria autorização dos pais para usar uma droga experimental em seus filhos. A ação judicial proposta contra a empresa alegou ainda que algumas crianças receberam dose inferior à recomendada, deixando muitas crianças com danos cerebrais, paralisia ou fala arrastada.
Segundo o The Guardian, o laboratório afirma que a meningite causou a morte das 11 crianças e danos a dezenas de outras, e não os antibióticos. Em 2009, no entanto, a empresa chegou a um acordo extra-judicial com o governo estadual de Kano no valor de US$ 75 milhões, justamente para evitar o prosseguimento da ação.