Cronologia do resgate dos 33 mineiros do Atacama
Na sexta-feira se completa um ano do deslizamento que sepultou "os 33 do Atacama" a 700 m de profundidade no norte do Chile. Após 70 dias sob a terra em uma saga televisada para o mundo todo, os mineiros foram resgatados sãos e salvos. Confira os principais fatos na ordem cronológica:
2010:
5 de agosto: Um deslizamento na mina San José, da empresa San Esteban, a 830 km ao norte de Santiago, deixa 33 operários soterrados, um deles boliviano.
6 de agosto: Equipes de resgate chegam ao ponto do acidente, a 400 metros de profundidade, enquanto outros tentam se comunicar com eventuais sobreviventes por uma chaminé de ventilação.
7 de agosto: Um novo deslizamento obstrui a chaminé. O ministro chileno de Mineração, Laurence Golborne, declara que as probabilidades de encontrar sobreviventes "são reduzidas".
19 de agosto: É iniciado o plano para contatar os mineiros através de uma sonda que, após alguns contratempos, atinge seu objetivo.
22 de agosto: "Estamos bem no refúgio, todos os 33", diz uma mensagem enviada pelos mineiros. O presidente Sebastián Piñera viaja ao local mina e diz que o resgate demorará entre três e quatro meses.
23 de agosto: São enviados os primeiros alimentos e remédios aos soterrados. Golborne consegue o primeiro contato telefônico com os mineiros.
26 de agosto: É divulgado o primeiro vídeo filmado pelos mineiros, no qual aparecem com longas barbas e bastante magros. Os soterrados mostram o interior da mina e contam como enfrentaram os primeiros 21 dias de clausura.
31 de agosto: A perfuradora Strata 950, encarregada do "plano A" de resgate, inicia seus trabalhos, a uma média de escavação de 15 a 20 metros diários.
4 de setembro: Os 33 mineiros e seus parentes realizam a primeira videoconferência ao vivo.
5 de setembro: Um mês depois do deslizamento, começa o "plano B", a cargo da máquina Schramm T-130. O buraco cavado por esta máquina seria usado no futuro para retirar os mineiros.
15 de setembro: Analistas afirmam que o resgate pode ser concluído em novembro, um mês antes do previsto.
17 de setembro: A máquina do "plano B" chega a um local próximo ao refúgio e começa a ampliar o diâmetro da via para 66 centímetros, necessário para retirar os mineiros.
19 de setembro: Começa o "plano C", a cargo de uma sonda petrolífera RIG-421, que cava um terceiro caminho, de 66 centímetros.
30 de setembro: Familiares de 27 mineiros apresentam um processo contra os donos da mina e pedem uma indenização de US$ 12 milhões.
9 de outubro: A sonda T-130 chega à galeria em que estão os mineiros e são iniciadas as operações para a retirada.
13 de outubro: Florencio Ávalos se torna o primeiro mineiro resgatado. Ele emergiu da cápsula Fénix 2 às 0h10 ao término de uma manobra acompanhada ao vivo por aproximadamente um bilhão de pessoas no mundo todo.
Às 21h55, o chefe de turno Luis Urzúa é o último mineiro resgatado do mais longo cativeiro que um ser humano já suportou sob a terra, após passar 70 dias a 700 metros de profundidade.
25 de outubro: Os mineiros são homenageados pelo Governo no Palácio de la Moneda (sede do Executivo chileno).
21 de novembro: Os mineiros se transformam em estrelas do tapete vermelho do programa de televisão "CNN Heroes: An All-Star Tribute", que os convidou para seu baile de gala em Los Angeles, por simbolizarem "a capacidade de adaptação, de resistência e de persistência do espírito humano".
4 de dezembro: Os 33 mineiros assinam um acordo para proteger e explorar seus direitos intelectuais e de imagem com o maior escritório de advogados do Chile.
28 de dezembro: O jornal britânico "The Times" elege os 33 mineiros como "a equipe do ano", por sua capacidade para "enfrentar seu destino com graça, disciplina e humor".
2011
31 de janeiro: 31 dos 33 mineiros desfilam pelo parque Walt Disney World, em Orlando.
31 de maio: 25 dos 33 mineiros viajam para a Grécia, convidados por trabalhadores de minas gregas.
3 de julho: Os 14 mineiros mais velhos pedem ao Governo uma pensão para se aposentarem, já que não puderam superar as seqüelas físicas e psicológicas do acidente.
15 de julho: 31 dos 33 mineiros apresentam um processo no valor de US$ 16,6 milhões contra o Estado chileno por suposta negligência do Serviço Nacional de Geologia e Mineração, que não fiscalizou apropriadamente a jazida na qual ocorreu a tragédia.
3 de agosto: A dois dias do primeiro aniversário do deslizamento, a Empresa Nacional de Mineração começa a pagar 40% das quitações que a mineira San Esteban, proprietária da mina San José, devia ainda aos 33 mineiros de Atacama e a outros 261 companheiros que ficaram sem trabalho há um ano.