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América Latina

Um ano depois, mineiros chilenos ainda não foram indenizados

2 ago 2011 - 17h29
(atualizado às 17h42)
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A três dias de completar um ano do acidente que soterrou 33 mineiros no deserto do Atacama, os 261 funcionários da companhia San Esteban que ficaram sem emprego e sem os benefícios da fama aguardam ainda o pagamento de 40% da indenização que ainda resta.

"Até o momento (a empresa) pagou 60%. Estamos esperando o 40% que nos devem da indenização", declarou nesta terça-feira à agência EFE o presidente do sindicato da Mineira San Esteban, dona da jazida San José, Horacio Vicencio, Vicencio assegura que os operários da mineira que não ficaram presos no acidente se sentiram ofuscados e esquecidos pela midiática epopeia dos chamados "Los 33 do Atacama", que resistiram 70 dias presos a 700 m de profundidade.

Nesta sexta-feira, os operários acidentados e as principais autoridades do governo lembrarão esse primeiro aniversário com uma missa em Copiapó, a 804 km ao norte de Santiago, mas seus companheiros de tarefas, que ficaram sem emprego após o acidente, sentem que tanto a imprensa como o governo lhes deixaram de lado, e advertem que se não receberem a indenização, sairão às ruas para se manifestarem.

Do governo, Vicencio protesta que tenham demorado um ano para facilitar uma solução ao pagamento de sua indenização, à qual a empresa não fez frente. Segundo o dirigente sindical, os trabalhadores pediram em agosto do ano passado que a estatal Empresa Nacional de Mineração (Enami) emprestasse o dinheiro das indenizações à mineira San Esteban e depois exigisse a esta a devolução do pagamento.

Vicencio explica que fizeram essa proposta ao considerar que o Estado estava em certo modo em dívida com eles, já que o Serviço de Geologia e Mineração (Sernageomin) não tinha fiscalizado apropriadamente a jazida San José.

Quase um ano depois, no dia 29 de julho, o governo se comprometeu a outorgar através da Enami um crédito de 500 milhões de pesos (equivalente a US$ 1,07 milhão) para que a mineira pague o 40% que resta das indenizações de seus trabalhadores.

Dos meios de comunicação, Vicencio critica que só centrassem seus focos nos 33 acidentados, e não ampliarão a objetiva para as deficiências de segurança na mineração chilena, que causam diversas mortes anônimas.

Quanto aos donos da mineira, Alejandro Bohn e Marcelo Kennedy, contra os que a Promotoria mantém uma investigação aberta, o funcionário não espera nada. "Desde que ocorreu o acidente não tivemos contato com eles", conclui.

EFE   
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