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Europa

Principal candidato presidencial irlandês desiste após escândalo

2 ago 2011 - 12h20
(atualizado às 12h43)
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O senador independente David Norris, favorito até agora para se transformar no próximo chefe de Estado da Irlanda, anunciou nesta terça-feira que retirou sua candidatura devido a um escândalo sexual e acusações de tráfico de influência. O político, um destacado ativista pelos direitos dos homossexuais, de 67 anos, tinha, segundo os analistas, todas as chances para se transformar no primeiro presidente irlandês gay nas eleições de outubro.

No entanto, no final de semana foi divulgada uma carta enviada pelo senador à Justiça israelense em 1997 pedindo clemência para seu ex-namorado Ezra Yitzhak Nawi, que tinha sido condenado por estupro contra um menino de 15 anos de idade. Norris confirmou que manteve uma relação com Nawi durante quase 30 anos até 2001, apesar de que na citada carta nunca mencionou que ambos ainda eram um casal, o que lhe valeu também as críticas de alguns setores políticos irlandeses.

Após conhecer a existência da carta, vários colaboradores de sua campanha apresentaram sua demissão, enquanto três deputados retiraram nesta terça-feira seu voto à candidatura de Norris, gesto que o impediria de obter o número de apoios necessários para se apresentar ao pleito. Como não está filiado a nenhum partido político, David Norris dependia dos apoios de outros membros da Câmara de Deputados.

A Embaixada israelense em Dublin emitiu um comunicado nesta terça-feira para negar que tenha relação com a publicação da carta de Norris. Segundo a nota, os diferentes embaixadores na Irlanda tiveram com Norris uma relação "amistosa e, em algumas ocasiões, combativa e mutuamente crítica e existe muita admiração em Israel por seu trabalho pelos direitos humanos e pela reforma das leis sobre homossexualidade".

Em junho deste ano, o senador, também conhecido por suas críticas a Israel por sua relação com a Palestina, se viu envolvido em outra polêmica, quando o jornal sensacionalista Daily Mail desencavou uma velha entrevista na qual abordava a legislação vigente sobre sexo consentido entre menores.

Norris se defendeu então dizendo que repudiava nos mais enérgicos termos o abuso de menores, mas afirmou que o assunto da idade legal (para manter relações sexuais) não era claro. "Quando duas pessoas têm relações sexuais e uma delas está ligeiramente abaixo da idade legal, os juízes devem ter poder para examinar o chamado princípio de consentimento na relação", declarou o senador.

EFE   
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