Detetive envolvido nas escutas afirma que cumpria ordens
O detetive particular Glenn Mulcaire, envolvido no escândalo das escutas telefônicas do News of the World, declarou nesta sexta-feira que era um "empregado" e que atuava "sob ordens de outros". Mulcaire, que trabalhava para o tabloide e foi preso em 2007 por grampear os telefones de membros da família real, respondeu desta forma às informações publicadas nesta quinta-feira que o implicaram na espionagem de Sara Payne, mãe de uma menina assassinada por um pedófilo em 2000.
Em um novo giro no escândalo das escutas, The Phoenix Chief Advocates, a organização fundada por Payne, confirmou nesta quinta-feira que a polícia advertiu à vítima que suas informações estavam na base de dados do detetive. O advogado de Mulcaire afirmou nesta sexta-feira em comunicado que seu cliente já expressou "arrependimento" e pediu "desculpas" àqueles que foram afetados por suas atividades.
O comunicado nega, a despeito da versão dos proprietários do News of the World, que o detetive atuou de maneira "unilateral" e por iniciativa própria. Na semana passada, o magnata da comunicação e dono do tabloide extinto, Rupert Murdoch, anunciou que ia deixar de pagar as despesas legais da defesa de Mulcaire, custeadas pela publicação durante anos.
O jornal sensacionalista foi fechado em 10 de julho depois que dez de seus jornalistas foram detidos por envolvimento no caso das escutas ilegais. A notícia de que Sara Payne também pode ter sido vítima das escutas ilegais do tabloide dominical surpreendeu o Reino Unido nesta quinta-feira, já que o jornal a apoiou no lançamento de uma campanha para mudar a lei britânica de proteção infantil.