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Ásia

Pai se nega a pagar resgate ao Talibã e filho de 8 anos é morto

26 jul 2011 - 14h01
(atualizado às 14h18)
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Um policial afegão disse que insurgentes do Talibã enforcaram seu filho de 8 anos porque ele não aceitou dar seu veículo oficial como pagamento pelo regate do garoto, que estava sequestrado.

"Eu estava consertando meu carro na oficina, o sequestrador me ligou três vezes e pediu que lhes desse o carro da polícia. Eu disse não", contou o policial Mohammad Dawood, na província de Helmand, no oeste do país, à Reuters na terça-feira, dias depois da morte do filho.

"Eles me avisaram que, se eu não levasse o carro, matariam meu filho. Eu disse: 'Mesmo que vocês matem minha família inteira, eu não lhes darei o carro da polícia'", afirmou. "Depois, fui informado que meu filho foi enforcado."

O policial recebeu o telefonema com a informação sobre onde o corpo de seu filho mais velho, Ibrahim, poderia ser encontrado na sexta-feira.

Os insurgentes haviam sequestrado Ibrahim seis dias antes, disse o coronel Saifurahman Rashidi, patrão de Dawood e chefe de polícia do distrito de Gereshk.

Os sequestradores conseguiram fazer o menino entrar no carro dizendo que o pai tinha sofrido um acidente.

O Taliban inicialmente pareceu assumir responsabilidade pelo assassinato do garoto em uma mensagem de texto produzida por um telefone usado com frequência por um porta-voz do grupo islâmico. Eles não puderam ser contactados para mais comentários na terça-feira.

O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, condenou duramente a morte do menino, classificando-a de "um crime brutal e covarde que não é aceitável por nenhuma religião nem cultura".

O governo informou que no mês passado uma garota afegã de 8 anos foi morta depois que uma sacola de explosivos dada a ela por insurgentes do Talibã explodiu quando ela se aproximava de um posto policial no sul do Afeganistão.

Em maio, a polícia afegã apresentou quatro meninos, todos com menos de 13 anos. Segundo as autoridades, eles haviam sido recrutados no Paquistão para executarem ataques. Um dos garotos contou que lhe disseram que ele sobreviveria aos ataques suicidas. O Talibã mais tarde negou que recrutava crianças para promover ataques suicidas.

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