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Mundo

Militares egípcios prometem transição para a democracia

23 jul 2011 - 12h33
(atualizado às 13h18)
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Os governantes interinos militares do Egito estão comprometidos em transformar a nação mais populosa do mundo árabe em uma democracia, afirmou neste sábado o marechal Mohamed Hussein Tantawi em um pronunciamento transmitido pela televisão. Tantawi, chefe do Conselho Supremo das Forças Armadas, que ficou no poder quando Hosni Mubarak foi forçado a renunciar, em fevereiro, está sob crescente pressão de manifestantes que dizem que o Exército está muito lento nas reformas.

Manifestantes egípcios prometeram permanecer na Praça Tahrir, no Cairo, até que suas exigências sejam atendidas, depois que conflitos surgiram em cidades egípcias entre a polícia militar e manifestantes. O grupo que protesta entrou no seu 15º dia de manifestações na Tahrir e em outras praças em todo o país. Eles pedem maior liberdade para o governo civil, liderado por Essam Sharaf, fim dos julgamentos militares e um cronograma para a realização das demandas por reforma.

"Estamos comprometidos em continuar pressionando para tornar o Egito um Estado civil moderno," afirmou Tantawi em um discurso para marcar o aniversário da revolução de 1952, um golpe liderado por militares, que derrubou o Rei Farouk e marcou o fim da influência britânica direta na nação. "Estamos seguindo no caminho de fortificar a democracia que sustenta as liberdades e os direitos dos cidadãos por meio de eleições livres e justas," acrescentou Tantawi em um discurso pré-gravado, seu primeiro ao público desde a saída de Mubarak.

O primeiro-ministro egípcio, Essam Sharaf, reformulou seu gabinete na semana passada e prometeu acelerar os julgamentos e reformas políticas para apaziguar os manifestantes do mais longo protesto desde a saída de Mubarak. Mas Tantawi, que foi ministro da Defesa de Mubarak por duas décadas, não mencionou respostas específicas às exigências dos manifestantes. Ele falou apenas de um "fronte unido" para confrontar os desafios que o Egito enfrenta interna e externamente.

"O período decisivo da história de nosso povo exige esforços em conjunto de todos os egípcios para confrontar os desafios urgentes que temos e que não podem ser lidados com hesitação ou semi-soluções," afirmou, citando esforços para conter um declínio econômico devido à revolta. Muitos egípcios temem que contínuos protestos podem arruinar os esforços para alavancar uma economia que foi seriamente atingida quando investidores e turistas deixaram o país.

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