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América Latina

Em quase 1 ano, 2,7 mil casais gays se unem na Argentina

14 jul 2011 - 14h37
(atualizado às 15h34)
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Pelo menos 2.697 casais gays casaram-se na Argentina quando está prestes a completar um ano da entrada em vigor da reforma na legislação que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a primeira que ampara esse direito na América Latina.

As uniões, que em 60% envolveram casais de homens, concretizaram-se em registros civis nas 23 províncias argentinas e de Buenos Aires, com base nos dados proporcionados nesta quinta-feira à agência EFE pela Federação de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (LGBT).

Estatísticas provisórias da associação indicam que existem atualmente 25 meninos e meninas cujos pais são homossexuais.

Argentina, cuja Constituição reconhece o catolicismo como religião, "deu um passo positivo em favor da igualdade de direitos, mas a lei não resolve a discriminação: há muito por fazer", apontou o líder da associação, Esteban Paulón.

A nova lei, promulgada pelo Governo em 21 de julho de 2010, pouco após a aprovação parlamentar, "é muito importante para a dignidade e a igualdade das pessoas, mas não basta para combater os preconceitos sociais", ressaltou à EFE.

"Houve casais que não tiveram renovados seus contratos de aluguel, pessoas foram demitidas do emprego ao anunciarem seu casamento e, infelizmente, outras receberam ameaças", lamentou.

Na Argentina há 2,4 milhões de gays, lésbicas, bissexuais e transexuais, o equivalente a 6% da população (40 milhões de habitantes), o que significa que 1% dos membros da comunidade homossexual decidiu casar logo após a aprovação da lei.

Paulón considerou que a quantidade de uniões entre pessoas do mesmo sexo no primeiro ano de promulgação da normativa na Argentina "não é alta nem baixa, mas similar" na comparação com o que ocorre na Espanha e em outros países em que existe o mesmo tratamento para o "casamento".

Ele destacou que "não houve maiores problemas" nos registros civis do país para fazer os casamentos entre iguais, embora no momento de registrar os filhos ainda seja comum a ocorrência de problemas.

A reforma do Código Civil argentino, popularmente chamado de "lei do casamento igualitário", foi fruto de "uma longa luta que deve ser seguida porque resta muito ainda por fazer para que a sociedade deixe para trás seus preconceitos", insistiu o líder da LGBT.

EFE   
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