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América Latina

Morales pede desculpas a judeus argentinos por visita de iraniano

1 jul 2011 - 16h28
(atualizado às 16h37)
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O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu desculpas nesta sexta-feira à comunidade judaica da Argentina e classificou de "gravíssimo erro" a visita a seu país do ministro iraniano da Defesa, Ahmad Vahidi, acusado pelo atentado à associação israelita AMIA, que deixou 85 mortos. "Evo Morales disse que tinha sido surpreendido pelo fato (a visita do iraniano). Disse-nos que foi um gravíssimo erro e nos pediu desculpas", declarou Aldo Donzis, presidente da Delegação de Associações Israelitas Argentinas (DAIA), recebido pelo mandatário em um hotel de Buenos Aires.

Vahidi é acusado pela justiça argentina de ser um dos autores intelectuais do atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), que deixou 85 mortos e 300 feridos, no dia 18 de julho de 1994 em Buenos Aires. Donzis manifestou a Morales o mal-estar pelo episódio ocorrido em 31 de maio, quando Vahidi fez uma rápida visita a Santa Cruz de la Sierra (leste), onde participou de uma cerimônia militar liderada pelo presidente boliviano.

"Valorizamos enormemente a atitude do presidente Morales. Não é comum que um chefe de Estado peça desculpas, embora tivéssemos preferido que não houvesse motivo para esta reunião", acrescentou. Naquela ocasião, frente ao protesto da Chancelaria argentina, o governo boliviano enviou uma carta de desculpas e assegurou que tomou as medidas necessárias para que o ministro iraniano deixasse de imediato o território boliviano.

"Vahidi merecia ter sido detido na Bolívia, mas como não podemos voltar atrás, essa reunião (com Morales) é muito importante", afirmou Donzis. A pedido da Argentina, a Interpol mantém uma ordem de detenção internacional contra o ministro da Defesa iraniano, que no momento do ataque era comandante das Forças Al-Quds e do Corpo dos Guardiões da Revolução.

O atentado contra a AMIA foi o mais grave da história argentina e ocorreu dois anos depois da explosão que destruiu a embaixada de Israel em Buenos Aires, deixando 29 mortos e mais de 200 feridos. Morales está na Argentina para uma visita de dois dias, na qual inaugurou ao lado da presidente Cristina Kirchner o gasoduto bilateral Juana Azurduy.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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