Strauss-Kahn volta a tribunal em meio a suspeitas sobre vítima
1 jul2011 - 07h06
(atualizado às 07h38)
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O ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional Dominique Strauss-Kahn, acusado de crimes sexuais e em prisão domiciliar em Manhattan, comparecerá nesta sexta-feira ao Tribunal Penal de Nova York, poucas horas depois do jornal The New York Times revelar, com base em fontes ligadas ao caso, que o processo contra DSK está a ponto de cair em meio a suspeitas sobre a credibilidade da suposta vítima.
"Dominique Strauss-Kahn deve se apresentar à Corte às 11h30" (12h30 de Brasília), anunciou a porta-voz da promotoria do Tribunal Penal de Nova York, Erin Duggane, que se recusou a revelar mais detalhes sobre a audiência.
A ação penal contra Strauus-Kahn, acusado de agressão sexual, está perto de cair, após a promotoria descobrir que a suposta vítima mentiu sobre o incidente, revelou o jornal New York Times.
De acordo com o jornal, os promotores duvidam do testemunho da suposta vítima de Strauss-Kahn e consideram que a camareira mentiu repetidas vezes desde o dia 14 de maio, quando ocorreu o incidente em um quarto de hotel em Nova York.
Foi apurado que algumas pessoas fizeram depósitos em dinheiro - que somaram US$ 100 mil - na conta bancária da suposta vítima nos últimos dois anos, e os promotores teriam conversas gravadas da camareira com indivíduos sobre o pagamento pela acusação de agressão sexual, destaca o jornal.
A polícia descobriu ainda supostos vínculos da vítima, uma guineana de 32 anos, com atividade criminosa, incluindo lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. A mulher também teria mentido para obter seu visto de permanência nos Estados Unidos.
Segundo o New York Times, deve haver uma guinada extraordinária no caso e o ex-diretor-gerente do FMI pode ser, inclusive, libertado de sua prisão domiciliar diante das novas evidências.
Os promotores provavelmente dirão nesta sexta-feira, quando Strauss-Kahn comparecer a uma audiência antecipada, que "o caso tem problemas", revela o jornal. "É um desastre, um desastre para ambas as partes", disse um funcionário ao jornal.
Strauss-Kahn, de nacionalidade francesa, sempre negou as acusações de estupro e agressão sexual contra a camareira, que alegou ter sido atacada quando trabalhava em um hotel de Manhattan.
Após ser detido em um avião quando se preparava para voltar à França, DSK passou duas noites em uma delegacia do Harlem e quatro na prisão de Rikers Island, antes de conseguir mudar para a prisão domiciliar em um luxuoso apartamento de Manhattan, depois de pagar uma fiança de US$ 1 milhão.
Além de pagar a quantia milionária, o ex-diretor do FMI foi obrigado a usar uma tornozeleira eletrônica, restringir-se a um regime de saídas e visitas muito rígido e entregar todos seus documentos de viagem.
Strauss-Kahn renunciou ao cargo no FMI poucos dias depois de sua prisão. A ministra francesa da Economia, Christine Lagarde, foi eleita na terça-feira como sua substituta.
Em 1998, o então presidente democrata dos Estados Unidos Bill Clinton viveu o momento mais constrangedor de sua carreira política. Clinton se salvou em um processo de impeachment após mentir sobre suas relações com Monica Lewinsky, na época estagiária da Casa Branca. Quando o caso veio à tona, o presidente negou ter mantido relações com a jovem. No entanto, com o crescimento das acusações, Clinton acabou confessou e enfrentou o julgamento, marcando o restante de seu mandato.
Foto: AFP
O ex-presidente israelense Moshe Katzav, 65 anos, foi condenado em dezembro passado a sete anos de prisão por duas acusações de violência sexual - estupro e assédio. Katsav, o israelense de cargo mais alto a ser condenado por um crime, foi declarado culpado por estuprar duas vezes uma ex-funcionária do Ministério do Turismo, quando ele era titular da pasta nos anos 90, e por abuso e assédio sexual contra duas funcionárias da presidência. No entanto, Moshe Katzav ainda está em liberdad
Foto: AFP
Em março de 2008, dois dias depois de ter seu nome envolvido num escândalo sexual, o então governador de Nova York, Eliot Spitzer, anunciou sua renúncia. Ele teria sido um dos clientes do Emperors Club VIP, um famoso bordel de Washington, alvo de operação da Justiça federal na época. A polícia descobriu que Spitzer fez uso dos serviços da prostituta Ashley Alexandra Dupré em caso revelado pela cafetina brasileira Andréia Schwartz. No entanto, a justiça livrou Spitzer das acusações
Foto: AFP
Após ser preso em Nova York em 14 de maio sob a suspeita de agressão sexual contra uma camareira de hotel, Dominique Strauss-Kahn renunciou ao cargo de diretor-gerente do FMI. Strauss-Kahn, 62 anos, foi acusado formalmente de sete crimes de abuso sexual e de tentativa de estupro. Ele pagou a fiança de US$ 1 milhão e aguarda em liberdade condicional até o dia 6 de junho, quando se apresenta novamente ao tribunal de Manhattan para tentar se declarar inocente das acusações
Foto: Reuters
O diretor de cinema francês Roman Polanski é procurado pela polícia dos EUA pela acusação de drogar e sodomizar a então adolescente de 13 anos Samantha Geimer em 1977. Polanski chegou a ser preso em 2009 na Suíça, mas o país não o extraditou aos EUA e ele foi solto em julho. Em julho de 2010, ele retornou à França para escapar da polícia americana. O cineasta também é acusado de estupro pela ex-modelo Edith Vogelhut e pela atriz britânica Charlotte Lewis, quando ela tinha 16 anos
Foto: AFP
Ações de paternidade parecem ser rotineiras na vida do presidente paraguaio, Fernando Lugo. Em 2010, foram três. Na primeira, Viviana Carrillo, 25 anos, obteve o reconhecimento da paternidade de seu filho Guillermo Armindo, 3 anos. Na segunda, Benigna Leguizamón fez um acordo com Lugo, que não reconheceu a paternidade. A terceira, movida por Hortensia Damiana Morán em favor de seu filho de 2 anos, foi rejeitada por uma juíza paraguaia. Os testes de DNA deram negativo
Foto: AFP
Fundador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange enfrenta acusações de abuso sexual e estupro na justiça da Suécia, onde esteve em 2010 para palestrar. A acusação da Justiça sueca é a de que, durante relações sexuais com duas mulheres, o preservativo se rompeu e foi retirado, o que equivale a estupro no país escandinavo. Assange atualmente está preso sob liberdade condicional em Londres, enquanto aguarda por nova audiência de extradição. Ele pode pegar dois anos de prisão
Foto: AFP
O premiê da Itália, Silvio Berlusconi, 74 anos, protagonizou um dos maiores escândalos da história do seu país. Ele tem pendente no Tribunal de Milão o julgamento pelo caso Ruby, no qual é acusado de abuso de poder e incitação à prostituição de menores. O premiê é acusado de ter mantido relações sexuais com a jovem marroquina Karima El-Mahroug, conhecida como Ruby, enquanto ela era menor de idade entre setembro de 2009 e maio de 2010