PUBLICIDADE

Mundo

Moratinos e Graziano disputam direção-geral da FAO

25 jun 2011 - 15h53
Compartilhar

O ex-ministro de Relações Exteriores espanhol Miguel Ángel Moratinos e o brasileiro José Graziano da Silva foram neste sábado os pontos fortes dos discursos de seis candidatos à direção-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).

Moratinos, que foi o primeiro orador por sorteio, foi seguido pelo Abdul Latif Rasih do Iraque, Franz Fischler da Áustria, Indroyono Seoselio da Indonésia, José Graziano da Silva do Brasil e Mohammad Saeid Noori do Irã.

O candidato espanhol destacou seu compromisso de "erradicar a fome no mundo e garantir a segurança alimentar agora e para todos".

Para Moratinos, seu "interesse não foi só conhecer a situação atual da organização, o plano de reforma, as expectativas dos funcionários e trabalhadores, mas (...) também conhecer de primeira mão a atuação da FAO".

"Visitei 90 países - disse -, assisti a 12 reuniões regionais e multilaterais e, portanto, passei a ter uma visão clara do que se espera da FAO, tanto por parte dos Estados-membros como por parte da própria organização".

E lembrou suas três grandes prioridades.

Primeiro, fortalecer ainda mais o desenvolvimento do que sempre constituiu uma das atividades essenciais da FAO: "a atividade normativa, ampliando ainda mais seu alcance e adaptando-a aos novos desafios e os deste século 21, principalmente a mudança climática e a segurança alimentar".

Em segundo lugar, "aproximar ainda mais a organização de seus Estados-membros, levando em conta as suas necessidades e as prioridades, assim como intensificar a assistência e a colaboração administrada no terreno para apoiar os programas de desenvolvimento agrícola e de segurança alimentar de todos os países".

E em terceiro lugar, acelerar o processo de reforma, respeitando os objetivos estabelecidos dentro do Plano de Ação Imediata, "reduzindo ao máximo os prazos para assegurar sua imediata execução".

Moratinos disse que para pôr em prática estas três prioridades é preciso estabelecer missões da FAO que permitam avaliar anualmente o estado real do desenvolvimento agrícola e da segurança alimentar em cada região e país.

O ex-ministro espanhol ressaltou que para isso é necessário "uma mobilização de recursos baseada em quatro fontes de financiamento".

Já Graziano disse que o mundo precisa de "uma forte e eficaz FAO, agora mas que nunca. Houve um longo período de negligência em agricultura, pesca, florestas e desenvolvimento rural e segurança alimentar".

Ele destacou que "a atual crise econômica global e a de alimentos são um alerta. Lembra-nos de como estamos interligados e é isso fica mais evidente na alimentação e na agricultura".

Para o atual subdiretor da FAO, uma nação deve estimular sua agricultura e garantir acesso aos alimentos.

"Contudo - ressaltou - outros temas têm que ser administrados em grande escala. O que inclui a gestão de segurança alimentar, de doenças transnacionais, de conservação dos bancos de pesca nos oceanos e de impacto da mudança climática".

"São temas que a FAO tem que lidar", afirmou.

Graziano relatou que os membros da FAO pediram por uma maior cooperação técnica em novas áreas.

"Quero responder às promessas, se eu for eleito, (...) em como poderia mobilizar mais de US$ 20 trilhões nos próximos anos. Mas seria demagógico e irresponsável, especialmente em um momento em que os países doadores atravessam dificuldades financeiras", indicou.

Embora dissesse estar "determinado a solucioná-lo trazendo países de renda média, aumentando a cooperação sul-sul e expandindo acordos triangulares que envolvam países doadores e fundações internacionais".

"Concordamos que a FAO tem muito que fazer para melhorar sua eficácia e se livrar da burocracia. A organização deve se descentralizar, mas não de modo que ''em uma caibam todas''".

"Estou feliz porque muitos Governos, principalmente da América Latina, Ásia e África, tenham demonstrado interesse em aprofundar seus trabalhos com a FAO para melhorar a situação da mulher".

Graziano confirmou que a África tem que continuar sendo a maior prioridade da FAO.

EFE   
Compartilhar
Publicidade