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Oriente Médio

Obama apoiará processos de transição no Oriente Médio no G8

24 mai 2011 - 11h34
(atualizado às 11h52)
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegará à cúpula do Grupo dos Oito (G8, formado pelos países mais ricos do mundo e a Rússia), que será realizada na quinta e na sexta-feira em Deauville (França), com o objetivo de obter apoio para seu plano de respaldo aos processos de transição no Oriente Médio.

O encontro de líderes do G8 deve dedicar boa parte de seu segundo dia de sessões a abordar a agitação civil e as reivindicações de mudanças políticas no norte da África e no Oriente Médio.

Esta sessão será realizada apenas uma semana depois do discurso de Obama sobre o Oriente Médio, no qual declarou o apoio às reivindicações democráticas na região como uma prioridade da política externa de seu governo.

Para apoiá-las, propôs um plano de ajuda econômica aos países em processo de transição, de modo que seja fomentado o comércio e a integração, modernizada a gestão e fortalecido o setor privado.

Para isso, o plano prevê obter a participação internacional e a assistência de instituições multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.

"Um dos resultados mais importantes que esperamos do G8 é que haja um amplo apoio a uma posição para o Oriente Médio e o norte da África que inclua muitos dos elementos que o presidente colocou em seu discurso", disse o assessor para assuntos econômicos do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Mike Froman.

Concretamente, Froman referiu-se ao "apoio à estabilização financeira, à modernização e à reforma das economias da região para apoiar o crescimento do setor privado, o empresariado e a criação de emprego, além de uma maior integração, tanto regional quanto na economia global".

Obama também pressionará o G8 para estimular o processo de paz no Oriente Médio, que descreveu como "mais importante que nunca" diante da agitação civil na região.

O presidente americano tenta destravar as negociações entre israelenses e palestinos, que se encontram estagnadas desde que em setembro do ano passado expirou o prazo da moratória israelense sobre a construção nos assentamentos na Cisjordânia.

Obama propôs a criação de um Estado palestino desmilitarizado com base nas fronteiras de 1967, de modo que as tropas israelenses se retirem completamente dos territórios ocupados, inclusive da fronteira com a Jordânia.

Até o momento, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou plenamente essas premissas, ao considerar as fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias - quando Israel ocupou Cisjordânia, Jerusalém Oriental, Faixa de Gaza, Colinas de Golã e Península do Sinai - "indefensáveis".

Obama também aproveitará a cúpula para abordar a defesa antimíssil na Europa com o presidente russo, Dmitri Medvedev, com quem terá um encontro bilateral no próximo dia 26.

A Rússia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) decidiram na cúpula de Lisboa, em novembro, cooperar em matéria de defesa antimísseis, embora ainda não esteja resolvido como será essa cooperação.

Embora Obama tenha cancelado o projeto de um escudo antimísseis de seu antecessor, George W. Bush, na Europa do Leste, ressaltou que os EUA permanecem comprometidos com a segurança de seus aliados e mantêm um projeto de defesa antimísseis que Moscou não vê com bons olhos.

Se em Deauville o presidente americano tentará tranquilizar o presidente russo, assegurando que Washington não possui intenções hostis em relação a Moscou, na etapa seguinte da viagem (Varsóvia), se encarregará de transmitir a mensagem complementar de que a defesa do leste da Europa continua sendo importante.

Ao longo dos dois dias de reunião, espera-se também que Obama aborde com os líderes de alguns dos países mais poderosos do mundo a substituição de Dominique Strauss-Kahn, que renunciou ao cargo de diretor-gerente do FMI após ser acusado de tentativa de estupro.

EFE   
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