Palestinos pedirão ingresso como membro pleno na ONU
A liderança palestina pedirá em setembro à Organização das Nações Unidas sua "aceitação" como membro de pleno direito, e não o "reconhecimento" formal do Estado palestino que é uma questão que corresponde aos estados de forma individual, matizou nesta terça-feira um de seus principais líderes, Saeb Erekat.
"Não vamos lá para uma declaração unilateral do Estado palestino", disse Erekat, responsável do departamento de negociações da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
Erekat lembra em comunicado que os palestinos já declararam simbolicamente sua independência em 1988, contam já com representação diplomática em 130 países e cada vez mais Governos reconhecem seu Estado nas fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias de 1967.
"O reconhecimento do Estado palestino é uma decisão soberana dos países e não necessita passar através da ONU", explicou.
Os líderes palestinos irão, portanto, a Nações Unidas em setembro para pedir o ingresso do Estado palestino com as fronteiras de 1967, ou seja, nos territórios ocupados de Gaza (evacuado em 2005, mas cujas fronteiras terrestres e marítimas controla Israel), Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
A decisão tinha sido tomada por causa da paralisia do processo de paz, que foi bloqueada em setembro passado após três semanas de negociações diretas.
Em discurso pronunciado na quinta-feira passada, o presidente americano, Barack Obama, manifestou sua oposição à iniciativa palestina nas Nações Unidas e defendeu uma solução negociada com as fronteiras de 1967 como marco de negociação.