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Europa

Fotógrafo capta imagens das orações islâmicas nas ruas de Paris

18 mai 2011 - 11h54
(atualizado às 14h41)
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O fotógrafo britânico Martin Parr, conhecido por seus registros da sociedade de consumo, apresenta em sua mais recente exposição imagens capturadas através de suas lentes das orações realizadas pelos muçulmanos todas as sextas-feiras em algumas ruas de Paris, devido a falta de mesquitas na cidade.

O resultado do trabalho de Parr pode ser visto até 2 de julho no Instituto de Culturas do Islã, em Paris. A instituição convidou o fotógrafo para retratar com suas imagens uma determinada região do distrito XVIII da capital francesa, onde a densidade da população por metro quadrado é mais elevada do que a do Cairo, explicaram nesta quarta-feira a agência EFE porta-vozes do instituto.

O britânico, autor de inúmeras séries sobre os subúrbios da Inglaterra, explorou o bairro parisiense com forte presença de imigrantes de origem árabe, para realizar seu ensaio fotográfico.

As orações das sextas-feiras, uma tradição para os muçulmanos que são realizadas nas ruas de capital francesa, vêm suscitando debates públicos sobre a legalidade da realização de manifestações religiosas em espaços públicos em um Estado laico.

Uma mesquita localizada em um porão, um curso de alfabetização para mulheres, uma loja de vestidos de noivas de tradição árabe, um vendedor ambulante de manuscritos islâmicos e vários açougues "halal", que vendem produtos autorizados pelas leis islâmicas, foram algumas das imagens documentadas por Parr.

Segundo o fotógrafo, apesar da diversidade das fotos, o foco principal da exposição são as orações de sexta-feira, por ser a tradição muçulmana que mais ganhou destaque na imprensa francesa depois da proibição do uso do véu islâmico.

Parr afirma que não trabalha "para demonstrar algo", mas se limita a retratar o que vê e tenta "evitar a propaganda", como afirma o fotógrafo na declaração de intenções que acompanha sua obra.

O britânico, que publicou uma extensa lista de livros nos quais reúne suas imagens, entende que a fotografia não reflete nunca a realidade, mas apenas "um ponto de vista".

EFE   
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