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Oriente Médio

Oposição desafia regime e convoca greve geral na Síria

17 mai 2011 - 11h33
(atualizado às 11h43)
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A oposição síria lançou uma convocação de greve geral nesta terça-feira, desafiando mais uma vez a repressão do regime de Assad, no momento em que o Exército mantém o estado de sítio da cidade de Tall Kalaj, onde as forças de segurança estão presente há vários dias.

"A quarta-feira será um dia de greve geral na Síria", afirma um comunicado publicado no Facebook.

"Será um dia de castigo contra o regime", afirma o texto. "Vamos fazer desta quarta uma sexta-feira (dia habitual das manifestações), com protestos em massa, sem escola, sem universidade, sem lojas nem restaurantes abertos e até sem táxis".

A convocação coincide com as informações de dezenas de mortos e feridos caídos pelas ruas da cidade de Tall Kalaj, oeste do país, sitiada pelo exército há vários dias.

"Parece uma cidade fantasma, posso ver corpos na entrada da cidade e dezenas de feridos que não podem sair", afirmou na manhã desta terça-feira um morador sunita por telefone.

O Alawi, ramo do islamismo xiita, minoria na Síria, constitui a base do regime. A maioria dos 22 milhões de habitantes são sunitas.

Na noite de segunda-feira os moradores ouviram bombas e disparos no bairro de de Deir Baalba, na cidade de Homs, no centro do país, que está cercada pelo exército.

"Centenas de tanques foram mobilizados na região e as forças de segurança controlam as identidades e registram os veículos minuciosamente", acrescentou o morador.

As informações e testemunhos não podem ser verificados já que os jornalistas não estão autorizados a circular pelo país.

A agência de notícia oficial Sana anunciou a morte de dois ciais da polícia na segunda-feira, assassinados a tiros por um "grupo de terroristas armados".

Citando um funcionário do ministério do Interior, a agência também desmetiu a existência de uma vala comum em Deraa, cidade onde começou a mobilização contra o regime.

"Esta informação é totalmente falsa", afirma um comunicado, que acrescenta que "é parte da campanha de difamação (...) contra a Síria", afirmou o responsável.

Na segunda-feira o militante Ammar Qurabi, da Organização nacional para os Direitos Humanos na Síria, havia anunciado por telefone, do Egito, o descobrimento de uma fossa comum em Deraa.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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